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ASSIM FALOU ALLAN KARDEC

(A propósito da Origem do Corpo Humano)

"Da semelhança de formas exteriores existentes entre o corpo do homem e do macaco, certos fisiologistas concluíram que o primeiro não era senão uma transformação do segundo. Nada há de impossível nisso, nem que afete a dignidade do homem, caso assim seja. Corpos de macacos teriam sido muito adequados para servir de vestimentas aos primeiros Espíritos humanos, necessariamente pouco avançados, que vieram encarnar-se na Terra. Tais corpos terão sido os mais apropriados a suas necessidades e mais próprios ao exercício de suas faculdades, que o corpo de qualquer outro animal. Em lugar de ter sido necessário fazer-se um vestuário especial, para o Espírito, ele já encontrou um feito. Pôde, pois, vestir a pele do macaco, sem deixar de ser Espírito humano, como o homem se reveste às vezes da pele de certos animais, sem deixar de ser homem.

"Fique bem entendido que aqui não se trata senão de uma hipótese, de modo algum formulada como princípio, porém, oferecida apenas para mostrar que a origem do corpo humano não prejudica o Espírito, que é o ser principal, e que a semelhança do corpo do homem com o corpo do macaco, não implica na paridade entre seu Espírito e o do macaco."Admitindo-se esta hipótese, pode-se dizer que, sob a influência e por efeito da atividade intelectual de seu novo habitante, o envoltório se modificou, embelezou seus detalhes, sempre conservando a forma geral do conjunto. Os corpos, melhorados, ao se procriarem, reproduziram-se nas mesmas condições, como se tratasse de árvores enxertadas; deram nascimento a uma nova espécie, a qual, pouco a pouco, se afastava do tipo primitivo, à medida que o Espírito progredia. O Espírito do macaco, que não foi aniquilado, continuou a procriar corpos de macaco para seu uso, tal como o fruto das árvores silvestres reproduz as mesmas; e o Espírito humano procriou corpos humanos, variantes do primeiro molde onde se estabeleceu. O tronco se bifurcou; produziu vergônteas, que se tornaram troncos."Como não há transições bruscas na natureza, é provável que os primeiros homens, que apareceram sobre a Terra, pouco diferissem do macaco em sua forma exterior. Mesmo atualmente ainda há selvagens que, pelo comprimento dos braços e dos pés, e pela conformação da cabeça, certamente têm traços de macacos, faltando apenas serem peludos para completar a semelhança". ("A Gênese", cap. XI, nº 15)

NOSSO COMENTÁRIO

Como se vê, Allan Kardec aceitou como hipótese, a teoria de Charles Darwin que, em seu livro "A Origem da Especie", publicado em 24 de novembro de 1859, declarou que a espécie humana se originava do macaco (antropóide superior). E sua afirmação decorrera do estudo e das observações que fizera em viagens por diferentes partes do mundo, principalmente, no arquipélago de Galápagos. E o que ele disse causou escândalo, como nos informa Anna Sproule, biógrafa do grande cientista. Contudo, explica ela, "seus colegas contemporâneos não demoraram muito a perceber que ele estava coberto de razão".

Como se vê, assim como Charles Darwin, Allan Kardec, grande cientista que era, também foi um evolucionista, o que deixou bem claro em seu último livro "A Gênese", publicado em 1868.

No entanto em "Os Quatro Evangelhos" de J. B. Roustaing , (6ª edição da FEB, vol. I, págs. 312 e 313), obra lançada em maio de 1866, portanto, dois anos antes de "A Gênese" de Kardec e sete anos após "A Origem da Espécie" de Charles Darwin, lê-se que "a espécie humana teve sua origem, seu ponto de partida, em corpos rudimentares, mal se arrastando nos seus grosseiros invólucros (...) corpos formados de substâncias contidas nas matérias constitutivas do planeta e que não são aparelhados como os corpos dos homens (...) Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos, ou seja, larvas informes, que vegetam em certas plantas, principalmente nos lírios (...) massa, quase inerte, de matérias moles e pouco agregadas, que rasteja, ou antes, desliza, tendo os membros, por assim dizer, em estado latente".(Grifo nosso).

Prezado leitor, depois de ler o que disse o missionário lionês (Kardec) e o que afirmou o advogado bordelense (Roustaing), pode-se afirmar, em sã consciência e, sobretudo, lançando mão da lógica, do bom senso, da razão, que a obra de Roustaing veio para complementar a de Kardec, como afirma o parágrafo único do artigo primeiro do Estatuto da Federação Espírita Brasileira?!

Isto não é um absurdo, um verdadeiro contrasenso?

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