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ASSIM FALOU ALLAN KARDEC

     “...Cabe-nos a nós, os verdadeiros Espíritas, aos que vêem no Espiritismo algo mais do que experiências mais ou menos curiosas, fazê-lo compreendido e espalhado, tanto pregando pelo exemplo quanto pela palavra. O Livro dos Espíritos teve como resultado fazer ver o seu alcance filosófico. Se esse livro tem qualquer mérito, seria presunção minha orgulhar-me disso, porque a doutrina que ele encerra não é criação minha. Toda honra pelo bem que ele fez cabe aos sábios Espíritos que o ditaram e que quiseram servir-se de mim. Posso, pois, ouvir o elogio, sem que seja ferida a minha modéstia e sem que o meu amor próprio por isso fique exaltado. Se eu desejasse prevalecer-me disto, certamente teria reivindicado a sua concepção, em vez de atribuí-la aos Espíritos; e, se pudesse duvidar da superioridade daqueles que cooperaram, bastaria considerar a influência exercida em tão pouco tempo, só pelo poder da lógica e sem qualquer dos meios materiais próprios para superexcitar a curiosidade....

“... Há, senhores, três categorias de adeptos: os que se limitam a acreditar na realidade das manifestações e que, antes de mais nada, buscam os fenômenos. Para estes o Espiritismo é simplesmente uma série de fatos mais ou menos interessantes.

“Os segundos vêem mais do que os fatos. Compreendem o seu alcance filosófico; admiram a moral dele decorrente, mas não a praticam. Para eles a caridade cristã é uma bela máxima e eis tudo.

“Os terceiros, enfim, não se contentam em admirar a moral: praticam-na e aceitam todas as suas conseqüências. Bem convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, buscam tirar proveito desses curtos instantes para marchar na via do progresso que lhes traçam os Espíritos, esforçam-se por fazer o bem e reprimir suas inclinações más. Suas relações são sempre seguras, porque suas convicções os afastam de todo pensamento do mal. Em tudo a caridade lhes é regra de conduta. Estes são os verdadeiros Espíritas, ou melhor, os Espíritas cristãos...

“... Sabe-se que as melhores comunicações são obtidas em reuniões pouco numerosas, nas quais reina a harmonia e uma comunhão de sentimentos. Ora, quanto maior for o número de pessoas presentes, tanto mais difícil será a obtenção dessa homogeneidade. Como é impossível que no começo de uma ciência, ainda tão nova não surjam algumas divergências na maneira de apreciar certas coisas, dessa divergência infalivelmente nasceria um mal-estar, que poderá conduzir à desunião. Ao contrário , os pequenos grupos serão sempre mais homogêneos. Todos se conhecem melhor, estão mais em família, e podem ser melhor admitidos aqueles que desejamos. E, como em definitivo, todos tendem para um mesmo fim, podem entender-se perfeitamente e entender-se-ão tanto melhor quanto não haja aquela discordância incessante, que é incompatível com o recolhimento e a concentração de espírito. Os maus Espíritos, que buscam, incessantemente semear a discórdia, irritando susceptibilidades, terão sempre menos domínio num  pequeno grupo do que num meio numeroso e heterogêneo. Numa palavra, a unidade de vistas e de sentimento será aí mais fácil de se estabelecer...

“... Do ponto de vista da propaganda  -  é ainda um fato certo – não é nas grandes reuniões que os neófitos podem colher elementos de convicção, mas bem na intimidade. Há, pois  um duplo motivo para preferir os pequenos grupos, que podem se multiplicar ao infinito...”

     (Trechos de um discurso pronunciado num banquete em Lyon, extraídos da Revista Espírita , Ano III, nº 10- Outubro de 1860 – Publicação EDICEL pág. 314 – Sobradinho/DF)