ofplogo.gif (4994 bytes)    ASSIM FALOU ALLAN KARDEC


"Aos fatos materiais juntam-se fortíssimas considerações morais.

"Se as condições de Jesus, durante sua vida (na Terra), fossem as dos seres fluídicos (agêneres), ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplo de resignação. Se tudo nele fosse aparente, todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice de amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até o ultimo brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro, para enganar com relação à sua natureza e fazer crer num sacrifício de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão, de um ser tão superior. Numa palavra: Ele, Jesus, teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e da posteridade.

"Tais são as conseqüências lógicas desse sistema, conseqüências inadmissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em vez de O elevarem.

"Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e também um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência" ("A GÊNESE", cap. XV, nº 66, págs. 353 e 354 da 4ª edição da FEB).


NOSSO COMENTÁRIO

Em nota de rodapé, os dirigentes roustainguistas da FEB fazem questão de desmentir Allan Kardec, tomando por base comunicações e fenômenos que surgiram após sua desencarnação em 1869.

É assim que eles se declaram kardecistas.

Por que Allan Kardec, em "A Gênese", fez o comentário acima? A resposta está na pág. 243 da obra "Os Quatro Evangelhos" de Espíritos Mistificadores, que J. B. Roustaing assumiu como se fosse de sua autoria:

"Tudo, na vida ‘humana’ de Jesus, foi apenas aparente, mas se passou em condições tais que, para os homens, houve ilusão, assim como para Maria e José, devendo todos acreditar na sua ‘humanidade’, quando, entretanto, ele tão-somente revestira e revestia um perispírito tangível, um corpo meramente perispirítico e, como tal, inacessível às exigências, às necessidades da vossa existência material.

"Quando Maria, sendo Jesus, na aparência, pequenino, lhe dava o seio - o leite era desviado pelos Espíritos superiores que o cercavam, de um modo bem simples: em vez de ser sorvido pelo ‘menino’, que dele não precisava, era restituído à massa do sangue por uma ação fluídica, que se exercia sobre Maria, inconsciente dela.

"Não vos espanteis de que o leite fosse assim restituído à massa do sangue. Não admitis que o químico possa, pela síntese, compor e, pela análise, decompor, à sua vontade, um líquido qualquer, restituindo a cada parte heterogênea a natureza que lhe é própria? - Pois admiti igualmente que a ação fluídica dos Espíritos superiores, que conhecem todos os segredos da vossa organização e da vossa vida humana, possa decompor assim o leite formado e restituir cada uma de suas partes componentes à fonte de origem....

"... Não vos espanteis tampouco de que Maria tivesse leite, uma vez que não sofrera a maternidade humana e era virgem.

"A maternidade não é uma condição absoluta para que se produza o leite, que não passa de uma decomposição do sangue, determinável por diversas causas, que nos não cabe enumerar aqui (...) Em Maria, a decomposição se operou porque o sangue, por efeito do magnetismo espiritual e de uma ação fluídica, foi latificado. Depois, por ocasião da amamentação aparente, o leite que se formara era, a seu turno, decomposto e cada uma de suas partes, como já o dissemos, restituída à massa do sangue." ("Os Quatro Evangelhos", vol. I, págs. 243 e 244).

Mais adiante, lê-se o seguinte:

"Jesus desceu para pregar, dando de tudo exemplo, para oferecer e deixar aos homens um tipo, um modelo que eles imitassem e em cujas pegadas caminhassem para atingir a perfeição". (pág. 275)

Prezados leitores, examinem bem o que disse Kardec em "A Gênese" e o que diz Roustaing em "Os Quatro Evangelhos" e comprovem a diferença. A verdade é que Allan Kardec está coberto de razões. Pode então o roustainguismo ser um "curso superior de espiritismo", como dizem os roustainguistas da FEB?!. NÃO!...

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