(Sobre Erasto, Discípulo de Paulo)
“A teoria do fenômeno de transportes e das manifestações físicas em geral foi resumida, de maneira notável, na seguinte dissertação de um Espírito, cujas comunicações trazem o cunho incontestável da profundeza e da lógica. Muitas delas aparecerão no curso desta obra. Ele se dá a conhecer com o nome de Erasto, Discípulo de São Paulo e como Espírito Protetor do médium que lhe serve de intérprete”.
(Fonte: “Livro dos Médiuns” ou “Guia dos Médiuns e dos Evocadores”, cap. V, nº 98 – Lançamento da FEB – 68ª Edição – Tradução de Guillon Ribeiro)
NOSSO COMENTÁRIO
Lendo-se a Bíblia, nos “Atos dos Apóstolos”, cap. XIX, versículos 21 e 22, vemos que o Apóstolo Paulo, que estava em Corinto, pensou em ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia.
Antes, porém, de deixar Corinto, enviou à Macedônia dois dos discípulos que o serviam, Timóteo e Erasto, naturalmente com a missão de anunciar aos cristãos que ali viviam a próxima chegada do Apóstolo dos gentios.
Como se vê, Erasto era pessoa de inteira confiança de Paulo e o acompanhou em suas viagens como divulgador da palavra do Cristo.
Mas a Bíblia se refere também a um outro indivíduo que tinha o mesmo nome - Erasto -, pessoa importante que exercia o cargo de “procurador da cidade”. (Fonte: Epístola de Paulo aos romanos, cap. XVI, nº 23)
Certamente, é a esse Erasto, pessoa importante da classe média, que exercia o alto cargo administrativo de Procurador e Tesoureiro da cidade, que se refere Mário Sgarbossa em seu livro “Os Santos e os Beatos da Igreja”, pág. 422 (Edições Paulinas).
Diz-nos ele: “Santo Erasto, Tesoureiro de Corinto, foi convertido por São Paulo, com quem colaborou para a evangelização da cidade. Foi depois transferido para Filipos, onde se tornou bispo e, perseguido pelo Imperador romano, sofreu o martírio aplicado aos cristãos primitivos. Foi consagrado santo no dia 26 de julho, como está no Calendário da Igreja.
Ao reencarnar outras vezes, é possível que o Espírito desse Erasto, que foi bispo, tenha aparecido na Terra animando corpos de outros sacerdotes da Igreja Católica. Por que não?!
Quanto ao Espírito do outro Erasto, depois de ter exercido brilhantemente o papel de discípulo do Apóstolo dos gentios, na época de Jesus, deve ter reencarnado algumas vezes em corpos de opositores do clero romano, usando da palavra, escrita ou falada, para denunciar os erros e desmandos dos sacerdotes católicos. Foram, por isso mesmo, excomungados, perseguidos, presos e condenados como hereges pelos membros do tribunal do Santo Ofício ou Santa Inquisição. E assim, depois da realização dos famosos “autos-de-fé”, muito comuns na Idade Média e nos Tempos Modernos, se não abjurassem de suas idéias e crenças consideradas heréticas, eram levados para as fogueiras, acesas por ordem dos Cardeais da Cúria Romana. Ali então seus corpos eram queimados vivos para a glória da Santíssima Trindade e da Virgem Maria, mãe do Menino Deus, Jesus de Nazaré, como fizeram com João Huss e outros!
Em meados do séc. XIX, o Espírito desse humilde, mas valente Discípulo de Paulo, Apóstolo dos Gentios, fez parte da gloriosa equipe do Espírito de Verdade e foi muito elogiado pelo Missionário de Lyon, o Sr. Allan Kardec.
