ASSIM FALOU ALLAN KARDEC (A Propósito da Reencarnação)
"Segundo nos disseram os Espíritos, a alma que não alcançou a perfeição na vida corpórea acaba de se depurar, suportando a prova de uma nova existência: para isso ela sofre, sem dúvida, uma transformação. Mas é sempre necessário passar por várias existências corporais. Sim, todos passamos por várias existências físicas.
"O objetivo da reencarnação é: expiação, aprimoramento progressivo da Humanidade, sem o que, onde estaria a justiça?
"A cada nova existência o Espirito dá um passo no caminho do progresso; quando se despojou de todas as suas impurezas, ele não tem mais necessidade das provas da vida corporal. Mas o número de encarnações não é o mesmo para todos os Espíritos. Aquele que caminha depressa se poupa das provas. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito. Em sua evolução natural, depois de passar por sua última encarnação, o Espírito se transforma em Espírito bem-aventurado; é um Espírito puro.
"A reencarnação é uma necessidade para a vida do Espírito, como a morte é uma necessidade para a vida corporal.
"Os Espíritos podem permanecer estacionários, mas nunca retrogradam" ("O LIVRO DOS ESPÍRITOS" cap. IV, questões l66 a 178)
"No intervalo de suas encarnações, o Espírito igualmente progride no sentido em que põe a funcionar, para seu progresso, os conhecimentos e a experiência adquiridos durante a vida corporal;
examina o que fez em sua permanência terrestre, passa em revista o que aprendeu, reconhece suas faltas, traça seus planos e toma as resoluções segundo as quais contará guiar-se a uma nova existência, em que procurará fazer melhor. É assim que cada existência é um passo àvante na via do progresso, uma espécie de escola de aplicação. A encarnação não é, pois, uma punição para o Espirito, como alguns têm pensado, mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito e um meio de progredir" ("A Gênese", cap. XI, ns. 17 a 26).
"A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito; ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades..." ("O Céu e o Inferno", cap. III ns. 8 a 11)
"Conforme a Doutrina Espírita, as almas foram e são ainda criadas simples e ignorantes; é pelas reencarnações sucessivas que chegam, graças a seus esforços e à misericórdia divina, à perfeição, único meio de alcançar a felicidade eterna. Deve a alma progredir; pode, entretanto, ficar estacionária, durante um período mais ou menos longo, mas não retrograda. O que adquiriu em conhecimento e em moralidade não se perde; se não progride, também não recua. Eis porque não pode voltar a animar os seres inferiores à Humanidade..." (Revista Espírita, dezembro de 1859, Coleção Edicel, pág. 368)