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CARTA ABERTA DE UM LEITOR DO
JORNAL ESPÍRITA “ABERTURA” DE SANTOS/SP,
edição de novembro de 2004.

“Já perdura por muito tempo, no movimento espírita, a polêmica entre os que defendem que a doutrina também é religião e os que afirmam o contrário. Eu acredito que não há ninguém melhor que Kardec para dirimir a dúvida. Na Revista Espírita de 1868 foi publicado um discurso do Codificador, que teve como título: “O Espiritismo é uma Religião?”, e transcrevo o trecho em que Kardec conclui de forma clara seu sempre brilhante raciocínio: “ – Por que, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? É porque não há uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e porque, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto, desperta, exclusivamente, uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí, senão uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal, com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou a opinião pública. Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do vocábulo, não podia, nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis porque, simplesmente, se diz: doutrina filosófica e moral”.

“Obs. O trecho acima foi tirado do discurso proferido na Sociedade Espírita de Paris, em sessão de 01 de novembro de 1868. O discurso vem antecedido do seguinte título: ‘Sessão anual comemorativa dos mortos’.

Pergunta-se então: - O que teria levado o Codificador a falar de um assunto absolutamente distante do tema central da reunião? Suponho que, já em 1868, existiam grupos dentro da Sociedade debatendo a questão...

“Um abraço.

PLÍNIO – Lagoa Santa/MG

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