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FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS SPEE

 

                Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, no vol. II parte IV do seu livro “ALLAN KARDEC...” dedicam um ítem (nº 3), em que mostram como surgiu a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, fundada  em 1º de abril de 1858.

                As reuniões de estudo, que vinham se realizando na casa do grande missionário, em forma de “saraus íntimos de oito a dez pessoas”, tiveram logo grande divulgação, atraindo muitas pessoas. De modo que a exiguidade do espaço, na residência de Kardec, impossibilitando comportar  o crescente número de estudiosos, fez surgir a idéia de se fundar uma sociedade espírita.

                Mas, o que nos chamou a atenção nesse trecho do livro, foram as palavras de Allan Kardec dirigidas aos membros da sociedade, em que se mostra sobrecarregado de tarefas e tem de fazer tudo sozinho. Diz ele que é “obrigado a trabalhar de manhã à noite, e, muitas vezes, pela madrugada adentro, sem mesmo poder repousar, o que às vezes me é bastante necessário, porque sabeis que sou sozinho para satisfazer a uma tarefa tão extensa dificilmente, têm idéia, e que aumenta paulatinamente com o desenvolvimento da Doutrina”.

                Frisamos de propósito a expressão “sou sozinho”, usada por Kardec, para mostrar a incoerência do Espírito Humberto de Campos, que na obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, declarou que, numa “assembléia espiritual”, presidida pelo “coração misericordioso e augusto do Cordeiro de Deus”, João Batista Roustaing foi “particularmente designado para coadjuvar Allan Kardec”, ficando com a tarefa de “organizar o trabalho da fé” (pág. 176 da 11ª edição da FEB).

                Como se sabe, o termo “coadjuvar” significa: ajudar, auxiliar, assessorar.

                Perguntamos então, diante do que afirmou Kardec: “- Onde estava esse “coadjutor”, no momento em que o Mestre, sentindo-se tão sozinho, precisava muito de alguém que o ajudasse na imensa tarefa que lhe coube realizar como Reformador Social”.

                E tem mais!

                Anteriormente, na pág. 47 dessa obra supra citada, Zeus Wantuil e Francisco Thiesen, referindo-se   à reunião geral, realizada em 14 de outubro de 1861, para a instalação da Sociedade Espírita de Bordéus,  a qual o Codificador compareceu e foi muito  homenageado, eles fazem questão de citar o discurso em que o Dr. Bouché de Vitray fez referência ao Sr. João Batista Roustaing, graças ao qual se converteu ao Espiritismo. Muito bem! Só que eles não esclarecem que nessa ocasião o bastonário de Bordéus de Espiritismo só conhecia as duas primeiras obras básicas: O Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns. Nem tinha sido apresentado ainda à Sra. Émillie Colignon, médium que recebera as mensagens que foram reunidas e publicadas com o título de “Os Quatro Evangelhos”.

                Pergunta-se então: “- Tem cabimento um coadjutor, um auxiliar, um assessor, propositadamente omitir-se numa hora tão solene como aquela em que se prestava uma grande e sincera homenagem àquele que o próprio Roustaing reconhecia como Mestre em Espiritismo e ‘honrado chefe espírita’? Tem cabimento?”.

                Claro que não!

                Somente os roustainguistas fanáticos da FEB, os membros do Conselho Federativo Nacional e seus amigos e simpatizantes, não vêm isso, ou fazem questão de não ver, o que é pior. E, propositadamente, permanecem calados, com os olhos vendados, para não entrarem em confronto com os poderosos dirigentes febeanos.