A ORIGEM DA ESPÉCIE PARA ROUSTAING
“Os Espíritos, no seu estado infantil (bebês, recém criados por Deus) são entregues a preceptores que os criam e educam. Cuidam, portanto, do seu desenvolvimento intelectual e moral.
“Chega um ponto em que as tendências se revelam nos Espíritos, que, então, ou trilham, laboriosamente, o caminho do progresso espiritual, crescendo em sabedoria, em pureza, em ciência e chegam, sem haver falido (grifo nosso), ao ponto onde nenhum véu mais lhes oculta a luz central; ou então, ao contrário, confiantes em suas próprias forças, desprezam os conselhos que lhes são dados por seus preceptores, e, inebriados pela visão dos esplendores que cercam os altos Espíritos, deixam que o orgulho, ou a inveja os empolguem...”
E prossegue Roustaing: “... muitos (Espíritos) acreditam que só ao seu merecimento próprio devem o que podem, e, desprezando todos os conselhos (dos seus preceptores) caem. É a queda pelo orgulho.
Outros Espíritos, por nem sempre compreenderem a ação poderosa de Deus, não admitem que haja hierarquia espiritual e acusam de injustiça aquele que os criou, ou seja Deus; sim, porque é Deus quem cria. Esses são os que caem pela inveja.
Até o ateísmo não raro se manifesta naqueles pobres cegos, colocados no centro mesmo da luz. E nunca, como aí, o ateísmo nasce tão diretamente do orgulho. Não vendo aquele de quem tudo emana (Deus), negam-lhe a existência (ou seja, viram ateus) e se consideram, eles próprios, a base e a cúpula do edifício. Nesse caso então, ou melhor, sobretudo nesse caso, mais severo é o castigo.
“Sim, porque é um dos casos de primitiva encarnação humana. Preciso se torna que os culpados sintam, no seu interesse, o peso da mão (de Deus), cuja existência não quiseram reconhecer”.
Todavia, para Roustaing, “qualquer que seja a causa da queda (do Espírito evoluído) – orgulho, inveja ou ateísmo – os que caem, tornando-se, portanto, por isso Espíritos de trevas, são precipitados nos tenebrosos lugares da encarnação humana (grifo nosso), conforme o grau de sua culpabilidade, nas condições impostas pela necessidade de expiar e progredir...”
Roustaing pensa esclarecer melhor o que são as substâncias humanas que servem para as encarnações primitivas, dizendo: “São corpos rudimentares. O homem aporta a essas terras no estado de esboço, como tudo que se forma nas terras primitivas. O macho e a fêmea não são nem desenvolvidos, nem fortes, nem inteligentes.
“Mal se arrastando nos seus grosseiros invólucros, vivem como os animais, do que encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem abundantemente para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os caçam. A previdência do Senhor vela pela conservação de todos. Seus únicos instintos são os da alimentação e os da reprodução. As gerações se sucedem desenvolvendo-se. As formas se vão alongando e tornando aptas a prover às necessidades que se multiplicam.
“O Espírito vai habitar corpos formados de substâncias contidas nas matérias constitutivas do planeta. Esses corpos não são aparelhados como os corpos humanos, porém, os elementos que os compõem se acham dispostos por maneira que o Espírito os possa usar e aperfeiçoar.
“Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos (grifo nosso).
“Podeis formar uma idéia da criação humana, estudando essas larvas informes (grifo nosso) que vegetam em certas plantas, particularmente, nos lírios.
“São massa quase inerte de matérias moles e pouco agregadas; massa que rasteja, ou antes, desliza, tendo os membros, por assim dizer, em estado latente...”
E Roustaing conclui seu esclarecimento, dizendo: “- Eis, oh! homem, a tua origem, o teu ponto de partida, quando o orgulho, a inveja, o ateísmo, surgindo, surgindo mesmo no centro da luz, a indocilidade e a revolta te fizeram cair, em condições que exigem a primitiva encarnação...”
Adiante, acrescenta, explicando a origem da espécie humana: “ – Tais encarnações, por mais horríveis que possam parecer, são um benefício imenso para o Espírito. Tendo falido (depois de Ter chegado a um ponto bem alto da evolução), convém que ele se submeta ao jugo dessa mesma matéria, da qual se acreditava senhor, a fim de bem compreender a sua impotência e de adquirir pelo exercício e pelo combate, a força, a destreza, e, sobretudo, a experiência que lhe faltavam. Ora, aquele que pune o Espírito (ou seja, Deus) é também o que o regenera. Sem essa terrível provação, ele ficaria vicioso e seu poder, se fosse mantido, se tornaria nocivo à harmonia universal.;..”
E conclui Roustaing, dizendo: “- Assim, pois, só por uma paternal previdência, e, unicamente, no interesse do seu adiantamento meritório, o Espírito se vê condenado a sofrer encarnações que o seu zelo, o seu arrependimento e a sua docilidade podem abreviar e abrandar ao infinito...”
(”Os Quatro Evangelhos” ou “Revelação da Revelação” de J. B. Roustaing, vol. I, págs. 310 a 314 – 6ª edição – Editora da FEB – Federação Espírita “Roustainguista” Brasileira”)
NOSSO COMENTÁRIO
Como se pode ver, leitor amigo, comparando-se o que disseram os Espíritos que ditaram “Os Quatro Evangelhos” ou a “Revelação da Revelação” a Roustaing, pela mediunidade de madame Collignon, sua teoria da origem da espécie difere completamente da que apresentou o Missionário Allan Kardec, assistido pelo Espírito de Verdade, em “A GÊNESE”.
Agora, reflitamos um pouco, analisando, cientificamente os fatos, como devem agir sempre os cientistas espíritas, que todos devemos ser, já que o Espiritismo, de que somos adeptos, é uma nova Ciência, como o definiu Kardec.
Ora, muito bem! Se, em carta, datada de junho de 1861, dirigida ao Codificador do Espiritismo, Roustaing, ilustre advogado de Bordéus, fez questão de tratá-lo como “Meu muito honrado chefe Espírita”, como é que, em 1866, lançou ao público, sob sua inteira responsabilidade, e à revelia de Kardec, uma obra que apresenta uma tese - a origem da espécie humana – completamente diversa daquela que o ilustre Missionário de Lyon apresentou dois anos depois?! Por que não perguntou antes a Kardec qual era o seu pensamento sobre a Teoria da Evolução da Espécie, recentemente lançada ao mundo científico pelo sábio inglês Charles Darwin?! Um subalterno, um subordinado sincero, leal e franco, jamais agiria desta forma. Teria tido o cuidado de consultar antes seu superior hierárquico em matéria de Espiritismo. Certo?!
Outra coisa a considerar: Francisco Cândido Xavier, grande médium mineiro, que pessoas ilustres e competentes, no mundo espírita brasileiro, teimam em afirmar que foi a reencarnação de Allan Kardec, na década de trinta do século passado, recebeu mensagem de um Espirito que se identificou como sendo o do escritor Humberto de Campos, dizendo que, “numa assembléia espiritual, presidida pelo coração misericordioso e augusto do Cordeiro de Deus, o Espírito de Allan Kardec foi destacado para reencarnar com a tarefa de organizar e compilar ensinamentos que seriam revelados, oferecendo um método de observação a todos os estudiosos do tempo, num verdadeiro esforço de síntese. Para cumprir sua missão contaria com uma plêiade de auxiliares designados, particularmente, para coadjuvá-lo...” e que um deles estaria na “individualidade de João-Batista Roustaing”.
(Ver Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, 11ª edição da FEB, pág. 176)
No entanto, leitor amigo, - veja só como são as coisas! - os Espíritos que aparecem nos “Prolegômenos” do Livro dos Espíritos, ao declararem ao Prof. Rivail que a ele cabia ser o Missionário da Terceira Revelação, nenhuma referência fizeram ao renomado advogado de Bordéus, como seu “coadjutor”. E olha que entre os Espíritos Superiores que aparecem ali, está o “Espírito de Verdade”. Então fica aqui a pergunta: - Será que ele e os demais não estavam presentes nessa “assembléia”, presidida pelo “Cordeiro de Deus” a que se refere Humberto de Campos (Espirito)? Será que não foram convidados a comparecer?! Será que, tendo sido convidados, se recusaram a comparecer?! Caso afirmativo, por que se recusaram?!...
Eis aí, Chico, eu gostaria muito que seu Espírito aparecesse um dia no centro espirita, cujas sessões, estou freqüentando, às terças-feiras de noite, das 20 às 2130 h me respondesse. Como sabe, Chico, as sessões ali, após o estudo doutrinário, dedica um tempo bem grande para as comunicações espíritaa, que se realizam através de ótimos médiuns, como você foi, quando encarnado.
Você disse um dia que “o telefone só toca de lá para cá, ou seja, daí, do mundo dos Espíritos, para aqui, o mundo dos espíritas”. Assim mesmo é uma evocação que estou fazendo. Sim, uma EVOCAÇÃO, muito sincera e respeitosa. Venha, pois, aguardo-o com muita ansiedade. Não perca esta oportunidade de esclarecer a verdade dos fatos. Venha. Desta forma, já que, antes de junho de 2002, nunca pude, de viva voz, tive o prazer de ouvir você, a não ser pela TV, gostaria muito que viesse agora. E olha que bons médiuns não faltam aqui, no centro espírita que estou freqüentando.
Venha, por favor! E muito obrigado por sua atenção e generosidade!