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A DIVINDADE DO CRISTO PARA O CATOLICISMO.

                “Segundo a Igreja, a divindade do Cristo está firmada pelos milagres, que testemunham um poder sobre-natural.

                “Esta consideração pode ter tido certo peso numa época em que o maravilhoso era aceito sem exame; hoje em dia, porém, que a Ciência levou  suas investigações até às leis da Natureza, há mais incrédulos do que crentes nos milagres, para cujo descrédito não contribuíram pouco o abuso das imitações fraudulentas e a exploração que dessas limitações se há feito. A fé nos milagres foi destruída pelo próprio uso que deles fizeram, donde resultou que muitas pessoas consideram agora os do Evangelho, como puramente lendários...

                “No sentido teológico, o caráter essencial do milagre é o de ser uma exceção aberta nas leis da Natureza, o que, conseguintemente, o torna inexplicável mediante essas mesmas leis. Deixa de ser milagre um fato, desde que possa explicar-se e que se ache ligado a uma causa conhecida...

                “A possibilidade da maioria dos fatos que o Evangelho cita como operados por Jesus se acha hoje completamente demonstrada pelo Magnetismo e pelo Espiritismo...

                “Para o vulgo, eram milagres as coisas extraordinárias que Jesus fazia e que pareciam sobrenaturais naquele tempo e mesmo muito tempo depois (...) Jesus, porém, nunca se prevaleceu dos milagres para se apresentar como possuidor do poder divino.

                “Importa, pois, riscar os milagres do rol das provas sobre que se pretende fundar a divindade da pessoa do Cristo.”    (Allan Kardec, obra citada) 

                Prosseguindo em sua argumentação, Allan Kardec prova, citando vários exemplos extraídos dos Evangelhos Sinópticos, que, nem as palavras de Jesus, nem as dos seus Apóstolos, provam a sua divindade.

NOSSO COMENTÁRIO

                Por aí se vê, claramente, que Allan Kardec, sob a assistência do Espírito de Verdade (Jesus), não admitia o nascimento de Jesus como um milagre, nem, tampouco o via como um deus. E isso ele deixou bem evidente no cap. XV de “A GÊNESE”, sua última obra, onde se lê que Jesus foi um “Espírito superior da ordem mais elevada”, que viveu no nosso planeta. Como homem, tinha a organização dos seres carnais; mas, como Espírito puro, desprendido da matéria, haveria de viver mais da vida espiritual do que da vida corporal...” (nº 2) “... desde o momento de sua concepção até o seu nascimento, tudo se passou, pelo que respeita a sua mãe, como nas condições ordinárias da vida humana. Desde o seu nascimento até sua morte, tudo nele (seus atos, sua linguagem e as diversas circunstâncias de sua vida) revela os caracteres inequívocos da corporeidade”. (nº 65). “Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico...” (nº 66).