A FEB É CONTRA O REGIME
DEMOCRÁTICO NO ESPIRITISMO
Gélio Lacerda da Silva
"A Federação Espírita Brasileira, através do artigo do Sr. Luciano dos Anjos, publicado na Revista Reformador de dezembro de 1973, manifestou, claramente, sua posição contrária ao processo administrativo democrático, que se vem desenvolvendo no movimento espírita brasileiro, a nível estadual, das federativas elegendo suas diretorias com os votos dos diretores das instituições espíritas, que lhes são adesas.
"Observe-se com que desapreço a FEB, no artigo do seu então porta-voz, Sr. Luciano dos Anjos, trata os dirigentes dos centros espíritas e das federativas estaduais: ‘Há uma tendência muito humana de se transferir para o movimento espírita os padrões estruturais do tipo sindicalista. Os sindicatos têm seus presidentes eleitos pelos sindicalizados; os presidentes elegem, por sua vez, os das Federações; e estes, finalmente, elegem o presidente da Confederação. Tal esquema, em termos de Espiritismo, não funciona. Imaginemos os presidentes das Federações sujeitos aos oscilantes pontos-de-vista dos presidentes dos Centros Espíritas. Sabemos que os Centros são muito independentes (e assim devem ser e permanecer) e que nascem e desaparecem da noite para o dia. Qualquer criatura, a qualquer momento, pode fundar um Centro Espírita. E fechá-lo no dia seguinte. Ora, como transferir-lhes a delicadíssima tarefa de eleger os presidentes das Federadas nessas circunstâncias tão instáveis ?’
"É de se lamentar, profundamente, que a FEB, na palavra do seu porta-voz, desmereça de forma tão descortês e presunçosa o cargo de presidente de centro espírita.
"São vários os exemplos de federativas estaduais, cujas diretorias são eleitas pelos diretores dos centros espíritas adesos e que funcionam com estabilidade...
"Esquece-se a FEB de que o centro espírita é a célula-mater do movimento espírita nacional e que, por isso, não lhe pode conferir nem a posição subalterna de ‘filiado’; ele é, legitimamente, ‘parte integrante’, ‘adesa’, no contexto das federativas estaduais, que estas são a extensão daquele e ao qual devem sua existência...".
Depois de citar mais um trecho do artigo do Sr. Luciano dos Anjos, nosso saudoso confrade, Gélio Lacerda da Silva acrescenta: "Vimos, antes, que a FEB não admite que os presidentes de centros espíritas reúnam qualidades para elegerem a diretoria da federativa do seu Estado, e agora o mesmo pensamento sobre os presidentes das federativas estaduais com referência à eleição da diretoria da toda poderosa Federação Espírita Brasileira.
"E essa de a FEB ser uma instituição extraterrena, projeção de sua verdadeira sede que está no Alto, nada há de extraordinário para se supô-la ‘sagrada’. 'Alto’ significa apenas ‘plano espiritual’, onde se podem localizar as sedes de instituições terrenas não somente espíritas, mas também católicas, protestantes, budistas...". E, citando o Espírito de Humberto de Campos, prossegue Gélio: "Humberto de Campos (Espírito), em seu livro ‘Brasil, Coração do Mundo ...’escreve uma história facciosa apresentando o ‘Anjo’ Ismael, guia da FEB como o preposto de Jesus para implantar o ‘Espiritismo’ roustainguista no Brasil, e que, para tanto, instalou sua oficina de trabalho, na Terra: A Federação Espírita Brasileira..."
Finalmente, depois de citar Divaldo Franco , João Nestor Mazzoti, Júlio Cézar Grandi Ribeiro, Gélio lembra palavras de um grande expositor espírita, dizendo: ‘Escreveu Carlos de Brito Imbassahy, em seu livro ‘Memórias pitorescas de meu pai", publicado pela Editora ‘O Clarim" de Matão/SP que a reunião para escolha do presidente da FEB, sucessor de Guillon Ribeiro foi outra "quartelada". É o que seguramente se depreende destas palavras: "O Resto do que ocorreu na reunião não escrevo aqui, pois sei que não agradaria à memória do meu pai".
(Trecho extraído do livro "Conscientização Espírita, lançado pela Opinião EME, de Capivari/SP)
ATENÇÃO: - O prof. Celso Martins declarou que o livro "CONSCIENTIZAÇÃO ESPÍRITA" de Gélio Lacerda da Silva é o melhor que ele já leu sobre Roustaing. Vale a pena ler para conferir.