(“A História secreta de Pio XII)
Com esse título, o escritor John Cornwell escreveu um livro, lançado pela IMAGO EDITORA, em 1999, em segunda edição, no qual mostra quem foi realmente o Sumo Pontífice Pio II, em sua passagem pelo Vaticano.
Logo no início (orelha esquerda), fica-se sabendo que Eugênio Pacelli “na primeira década do século vinte, ajudou a moldar uma ideologia de poder papal sem precedentes. Durante a década de 1920, ele empregou a astúcia e a coerção moral para impor esse poder na Alemanha. Em 1933, Hitler tornou-se seu parceiro perfeito para negociações. Foi acertada uma concordata que concedeu vantagens religiosas e educacionais à Igreja católica, em troca de seu afastamento da ação social e política. Essa abdicação ‘voluntária’ do catolicismo político, imposta de Roma, facilitou a ascensão do nazismo.
“Ao analisar o início da carreira de Pacelli, inclusive seu patente anti-semitismo, o autor, John Cornwell faz uma denúncia firme do escandaloso silêncio do papa Pio XII, durante a guerra e suas conseqüências”
No prólogo (pág. 15), ficou bem claro que: “Este livro relata a história da carreira de Eugênio Pacelli, que foi Pio XII, o mais influente sacerdote do mundo, no início da década de 1930, até o final da década de 1950. Pacelli, mais do que qualquer outra autoridade do Vaticano de sua época, ajudou a projetar a ideologia do poder papal – o poder que ele próprio assumiu em 1939, na véspera da Segunda Guerra Mundial, e manteve até sua morte, em outubro de 1958. Mas, a história começa 30 anos antes de sua ascensão ao papado. Entre as muitas iniciativas em sua longa carreira diplomática, Pacelli foi o responsável por um tratado com a Sérvia, que contribuiu para as tensões que levaram à Primeira Guerra Mundial. Vinte anos mais tarde, ele fez um acordo com Hitler, que ajudou o Führer a alcançar a ditadura legal, ao mesmo tempo em que neutralizava o potencial dos 23 milhões de católicos da Alemanha para protestar e resistir...”
Mais adiante, na pág. 18, lê-se o seguinte: “Em 1933, Pacelli encontrou um acessível parceiro de negociação para sua Concordata do Reich na pessoa de Adolf Hitler (...) Esse acordo garantia a renúncia à ação política pelo catolicismo alemão, o que permitiu que o nazismo pudesse se elevar sem qualquer oposição da mais poderosa comunidade católica do mundo...)
E muitas outras coisas mais, - coisas deveras vergonhosas, cometidas por Eugênio Pacelli, o Papa Pio II -, estou conhecendo agora, ao ler esse livro de autoria de John Cornwell, professor e pesquisador da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.