Foi o que disse o farmacólogo João Batista Calixto, da Universidade Federal de Santa Catarina. (...) Diferentemente de muitos de seus colegas, ele não vê contradição entre a ciência e a crença em Deus. “ – Justamente por ser cientista, - diz ele -, posso afirmar que “a ciência não tem resposta para tudo. Quanto mais eu estudo, mais descubro que existem mistérios que não podem ser explicados pela razão”. Para Calixto “o ser humano precisa da fé para sobreviver”.
Enfim, concluindo o nosso comentário, queremos dizer que gostamos muito do que disse Oqqy de Souza, em seu artigo, publicado na revista Veja e aproveitamos para lembrar o que Allan Kardec disse sobre o caráter da Revelação Espírita: “ – O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível que nos cerca e no meio do qual vivíamos sem o suspeitarmos, assim como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam, e, por conseguinte, o estado do homem depois da morte, é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra.
“Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira porque foi providencial o seu aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e que lhes importa conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las. Participa da segunda (Revelação divina), por não ser esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre-arbítrio; porque não lhes é interdito o exame, mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar,ele próprio, as ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem” (A Gênese, cap. I, ns. 12 e 13).
Por sua vez, em “O Livro dos Espíritos”, cap. II do Livro Terceiro, ficou bem claro que “a adoração, ou elevação do pensamento a Deus, é um sentimento inato no homem, como o da divindade. A consciência de sua fraqueza é que leva o homem a se curvar diante daquele que o pode proteger. Nunca houve povos desprovidos de todo sentimento de adoração, porque não há, jamais houve, povos ateus. Todos compeendem que, acima deles, há um ser supremo. A adoração está na lei natural, visto que é o resultado de um sentimento inato no homem. Por isso encotnra-se em todos os povos, ainda que sob formas diferentes”. (Questões 649 a 652).
Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Allan Kardec, assistido pelo Espírito de Verdade (Jesus) e não por esse tal “Espírito do Regenerador”, a que se refere J. B. Roustaing, em “Os Quatro Evangelhos” (vol. III da FEB), deixou bem claro que: “O Espiritismo é a ciência nova, que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corporal” (cap. I, nº 5), confirmando assim o que dissera em “O Que é o Espiritismo”. (Preâmbulo)
E, - pergunta-se -, é como uma “nova ciência” que os espíritas, a começar pelos dirigentes da FEB e os membros do seu CFN, vêm o Espiritismo? Não, mas sim como uma nova religião igualzinha às outras.