Como já é sabido, o CEI (Conselho Espírita Internacional), do qual a FEB roustainguista é uma das principais integrantes, vai promover, no mês de outubro de 2004, em Paris, o IV Congresso Espírita Internacional.
Gostaríamos muito que esse Congresso não venha a ser somente mais um encontro de amigos, para troca de abraços fraternos e de experiências em suas respectivas pátrias, como tem sido até hoje. Sim, gostaríamos bastante, que fosse deliberativo; que, da programação constassem temas polêmicos como, por exemplo, a questão roustainguista; a obra de Pietro Ubaldi; as mensagens de Ramatis; o Espiritismo laico dos espíritas marxistas, que vêm contribuindo muito para que o mundo espírita se tornasse um verdadeiro caos, como estamos vendo agora. E não deve causar escândalo o que estou propondo, porque foi o próprio Allan Kardec, cujo segundo centenário de nascimento vai ser comemorado no Congresso deste ano, quem disse: "Suponhamos que, por impossível, toda a comissão central enverede por um mau caminho: aí estarão os congressos para reconduzi-la à ordem. A fiscalização dos atos da administração pertencerá aos congressos (...) Sendo os congressos um freio para a comissão, na aprovação deles haure esta última novas forças. É assim que o chefe coletivo depende, em definitivo, da opinião geral e não pode, sem risco para ele próprio, afastar-se do caminho reto". (Obras Póstumas)
Ora, caros leitores, a Federação Espírita (Roustainguista) Brasileira estará representada nesse próximo Congresso Internacional de Espiritismo pelo seu atual Presidente, Sr. Nestor Mazzoti, e, se for, realmente uma instituição kardecista, como jura que é, deverá ser a primeira a propor a discussão desses temas polêmicos. Caso contrário, para mim esse Congresso não terá valor nenhum, ou melhor, será mais um novo encontro de amigos para aplaudir Divaldo Pereira Franco e outros grandes oradores.