CHICO XAVIER E A IGREJA CATÓLICA
Estamos relendo o livro “As Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior (2ª edição).
Como se sabe, o Chico é considerado “o Santo do Espiritismo” e a Dra. Marlene Nobre afirma ter sido ele o “Allan Kardec reencarnado”.
Na pág. 112 dessa obra, encontramos o seguinte: “Chico nunca tentou argumentar com o padre. Ignorava qualquer provocação, fugia de confrontos. Quando cruzava com o ‘rival’ no meio da rua, tirava o chapéu e o cumprimentava, respeitoso. Muita gente ficava irritada com sua passividade. Ele se defendia das acusações de ser omisso, comparando o ato de polemizar ao de remexer uma tina de água, ‘um serviço vão que cansa os braços inutilmente’.
(Ele, o Chico) nunca atacaria o catolicismo (...). Pelo contrário. Faria questão de defender a Igreja Católica como fundamental ao país (...) o Catolicismo era útil para o espiritismo, dizia ele (...) Chico confidenciaria a um amigo sua estratégia: ‘ – A Igreja Católica precisa sobreviver...’
“Sua prática pacifista e sua postura ecumênica funcionaram com o sacerdote. Quase quarenta anos depois, o padre Sinfrônio participaria da festa de inauguração de uma praça batizada com o nome de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo”...
Interessante!, J. B. Roustaing, no livro que não é seu, mas leva o seu nome, disse o seguinte: “O chefe da Igreja Católica, nessa época em que entre os homens estiver o Regenerador, este qualificativo (igreja universal) terá a sua verdadeira significação, pois que ela estará em via de se tornar universal, como sendo a Igreja do Cristo. O chefe da Igreja Católica, (ou seja, o Papa) dizemos, será um dos principais pilares do edifício. Quando o virdes, cheio de humildade, cingido de uma corda e trazendo na mão o cajado do viajante, podereis dizer: ‘ – Começam a despontar os rebentos da figueira (...) Debaixo da influência e da direção do Regenerador, caminhará o Chefe da Igreja Católica (o papa), a qual (Igreja), repetimos, será então católica na legítima acepção deste termo, pois que estará em via de se tornar universal, como sendo a Igreja do Cristo” (J. B. Roustaing, em “Os Quatro Evangelhos”, vol. 3, pág. 65 – edição da FEB)
Como se vê, tanto Roustaing como o Chico não queriam discussão com o clero católico e viam com bons olhos o triunfo definitivo da Igreja Católica.