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GÉLIO LACERDA DA SILVA

            Escrevendo em seu magnífico livro “Conscientização Espírita”, págs. 59 e 60  sobre o “Princípio da não retrogradação do Espírito, disse o seguinte:

            “Na ‘Revista Espírita’, - Edicel, junho/1863, págs. 163/166, Allan Kardec escreve sobre o princípio da não retrogradação do Espírito. Eis um trecho: ‘Segundo um sistema que tem algo de especioso à primeira vista, os Espíritos não teriam sido criados para se encarnarem e a encarnação não seria senão o resultado de sua falta. Tal sistema cai pela mera consideração de que se nenhum Espírito tivesse falido, não haveria homens na Terra, nem em outros mundos. Ora, como a presença do homem é necessária para o melhoramento material dos mundos; ... ele é uma das engrenagens essenciais da criação. Deus não podia subordinar a realização desta parte da sua obra à queda eventual de suas criaturas, a menos que contasse para tanto com um número sempre suficiente de culpados para fornecer operários aos mundos criados e por criar. O bom senso repele tal idéia’.

            Prossegue Gélio: “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing (1º Volume, 5a Edição, FEB, às págs. 317/321) contestam Kardec:  ‘A última frase do que disse Kardec (‘O bom senso repele tal idéia”) deve ser riscada. O bom senso, ao contrário, indica que a presciência de Deus lhe faculta saber que, no número dos que ele cria simples, ignorantes e falíveis, haverá sempre muitos que, pelo mau uso do livre arbítrio, sucumbirão às suas fraquezas, se deixarão arrastar pelo orgulho, que se origina da ignorância e tem por derivados a presunção, o egoísmo e a inveja’.

“E Roustaing se estende em considerações defendendo seu ponto de vista contrário ao que ensina o Espiritismo, e conclui:Os que hão formado essa opinião errônea ainda não foram esclarecidos, ou não refletiram bastante sobre a natureza e o objeto dos mundos que os encarnados habitam, como planetas de expiações e de progresso; sobre a origem do Espírito e sobre as diversas fases por que ele passa no estado de formação...’

Prossegue o Gélio: “Para se entender como Kardec contestou, em 1863, um assunto que Roustaing veiculou no seu livro, publicado em 1866, tudo leva a crer que Roustaing, antes do seu livro vir a público, já divulgava o seu conteúdo.

            “Foi em abril de 1863 que os Espíritos mistificadores ditaram a Roustaing, através de Mme. Collignon, o ensino antidoutrinário de que o Espírito só será humanizado, se vier a falir, conforme nota no rodapé da pág. 295 do 1º Volume, 5ª edição de ‘Os Quatro Evangelhos’, de Roustaing,  Portanto, não há dúvida de que Kardec, em junho/1863, no seu referido artigo, se louvou (sic) na mensagem ditada a Roustaing em abril/1863.

“Aqui está a prova de que Kardec refutou não somente a teoria roustainguista do Jesus de apenas ‘corpo fluídico’, conforme alegam os febeanos. Kardec também rejeitou, como vimos neste seu artigo o ensino roustainguista de que só passam pela encarnação humana os espíritos faltosos”.

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