UM GRITO DE ALERTA AO CENTRO ESPÍRITA
Ivo Galindo
“Outra cautela necessária às Instituições é o quadro existente de ENDEUSAMENTO aos médiuns ou às pessoas que assumem determinadas tarefas.
As criaturas que agem assim criam uma imagem da pessoa endeusada, como se ela não fosse humana, e, consequentemente marcada por falhas e acertos, virtudes e frustrações.
Se o endeusado, vivenciando algumas dificuldades, vier a cometer ERROS, descambando por atitudes não positivas, os endeusadores caem no despenhadeiro da decepção, transferindo, erroneamente, para a Doutrina Espírita, o que é de responsabilidade exclusiva do indivíduo que cometer a falha..
Vivemos num Mundo de provas e expiações, cuja característica principal ainda é o predomínio do erro.
Muito embora “SER ESPÍRITA” é assumir um compromisso com a perfeição, bem longe, ainda, nos encontramos da “ANGELITUDE”.
Cada criatura, por mais amorosa que seja, por mais virtudes que possua, apresenta os seus percalços, os seus erros e as suas vacilações.
No que pese a responsabilidade de que um divulgador do Espiritismo é portador, a prudência pede que o encaremos como pertencente à RAÇA HUMANA, marcada, ainda, por muitas contradições (...)
Chico Xavier, exemplo de dedicação à causa espírita, trabalhador infatigável, já incorreu em alguns erros doutrinários. A falha mais grave foi a de ter incentivado, por invigilância, a publicação, em 1974, de trinta mil exemplares de um livro que adulterava “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Alertado por José Herculano Pires e, depois, martirizado pela consciência desperta, Chico Xavier solicita ao próprio J.H. Pires a publicação de um livro com sua parceria, a fim de se redimir da falta e encerrar o episódio. Daí surgiu o livro “Na Hora do Testemunho” pela editora Paidéia..
Citamos Chico Xavier porque ele, além de ser conhecido em todo o Brasil e em vários países do Mundo, é, verdadeiramente, uma figura exponencial pelo seu exemplo de amor e dedicação à causa espírita.
Portanto, se Chico, com todo o conhecimento doutrinário e assessoramento espiritual que possuía, cometeu equívocos, imaginemos nós outros?
Sendo o Espiritismo uma Doutrina eminentemente racional, que cultiva e aprimora a nossa maturidade, elevando o nosso bom senso, aprendamos a respeitar e a amar os médiuns, dirigentes, coordenadores, escritores e conferencistas. Enfim, amemos a todos que exerçam o papel de divulgadores do Espiritismo. Cultivemos o bom hábito de endereçar as nossas preces, também para eles, combatendo a idéia, tão preconceituosa quanto errônea, de que já são “ANJOS”.
Agindo assim, estaremos respeitando os homens, amando a verdade e, ao mesmo tempo, protegendo a Doutrina Espírita do PERIGO DO ENDEUSAMENTO”.
(Extraído do livro “Um Grito de Alerta ao Centro Espírita”, de Ivo Galindo, Vera Galindo, médium e Dr. Marco, Espírito, págs. 24, 25 e 26. Lançado pelo Gr. Espírita Novo Alvorecer, de Recife/PE- Rua Pierre Curue nº 113- Cordeiro – 50.711-450).