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UM GRITO DE ALERTA AO CENTRO ESPÍRITA

     “CONSIDERAS-TE  ESPÍRITA ?”

     Esta foi a pergunta constante de um questionário que o confrade, Sr. Ivo Galindo, de Recife, aplicou, após uma reunião por ele mesmo dirigida, em que estavam presentes cerca de sessenta pessoas, que apresentavam um tempo médio de quatro anos como militante espírita. E o resultado, como ele próprio nos informa, foi o seguinte: “50 % dos entrevistados se afirmaram como SIMPATIZANTES, sendo que 35 % dos que assim se identificaram apresentavam tempo médio de sete anos como militante espírita.

     E o Sr. Ivo Galindo nos diz ainda: “Dentro do movimento espírita, encontrar um freqüentador que afirme ‘SOU ESPÍRITA’ é bem mais raro do que aqueles que se afirmam ‘SOU SIMPATIZANTE’.

     “O que nos entristece é que um percentual significativo dos ‘SIMPATIZANTES’ não são neófitos, como era de se esperar, mas indivíduos com mais de cinco anos de freqüência no meio espírita!

     “Quando alguém afirma-se ‘SIMPATIZANTE’ é porque ainda não assumiu o Espiritismo. Conseqüentemente também não encarou o compromisso com a transformação, que é o resultado natural de quem abraça a Doutrina Espírita.

     “Por outro lado, muitos dos que se afirmam ‘ESPÍRITAS’ enveredam por práticas e procedimentos contraditórios que anulam a denominação. Afirmam-se ‘ESPÍRITAS’, mas dizem-se ‘KARDECISTAS’. E freqüentam os mesmos bares de antes, fumam os mesmos cigarros; tragam as mesmas bebidas, escutam e dançam as mesmas músicas; aceitam, com presteza e agilidade, convites para participarem de cerimônias em outras religiões; sentem-se honrados e aceitam, quando convidados para padrinho de casamento ou batismo na igreja. Contudo, mesmo assim, ainda se consideram ‘ESPÍRITAS’.

     “A ignorância doutrinária é ainda a marca registrada nas instituições espíritas, a começar  pela própria direção da casa...”

Ivo Galindo (Extraído do livro “Um Grito de Alerta ao Centro Espírita”, págs. 72 a 74)

NOSSO COMENTÁRIO - Muito bem, companheiro Ivo, suas palavras nos fazem lembrar o que disse o Mestre Allan Kardec: “Conhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações” (Evangelho s/o Espiritismo).

      Entretanto, acho que não devemos julgar e condenar aqueles que tomam atitudes destoantes do que nos ensina a Doutrina Espírita. Somos humanos, vivemos numa sociedade muito imperfeita e, por isso mesmo, somos sujeitos a pressões de todos os lados.

     E, depois, cada caso é um caso e não podemos ser radicais em tudo.

     Temos que ver também o exemplo que vem de cima. Sim, o exemplo que vem de cima!

      Será que os dirigentes da auto-intitulada “Casa Mater” do Espiritismo no Brasil são realmente espíritas na verdadeira acepção da palavra? Não foi ela que, adotando o roustainguismo, (servindo assim a dois senhores ao mesmo tempo), aceitou também o dogma católico da concepção milagrosa de Jesus, que considera  um deus, ou seja, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, como estabeleceram os concílios do Vaticano?! Não foi um dos seus mais destacados diretores (Antônio Luiz Sayão) quem, no dia 31 de março de 1903, “desencarnou como um justo, balbuciando uma Ave Maria”, como nos informa, euforicamente, um dos mais conhecidos e importantes espíritas da atualidade, o Sr. Zeus Wantuil, em seu livro “Grandes Espíritas do Brasil”, editado pela FEB?! Não foi ela, a Federação Espírita Brasileira, que, através do seu Conselho Federativo, em 1926 decretou que a Umbanda é Espiritismo e que, por isso mesmo, o espírita é também umbandista, porque ambos se utilizam da mediunidade como instrumento de comunicação entre os dois mundos?!...

     Foi, sim, no entanto todos que professam o Espiritismo aqui no Brasil, continuam amando-a e respeitando-a como única e verdadeira líder do nosso movimento; continuam aceitando, sem protestos, que ela  nos represente no exterior, como integrante do C.E.I. (Conselho Espírita Internacional) tendo secretariado inclusive, o último Congresso Espírita Mundial, realizado em Paris, no ano passado, em homenagem ao bicentenário de Allan Kardec!...

     E tem mais!

     É voz quase unânime no Brasil, que o médium mineiro, Francisco Cândido Xavier (o Chico), foi, em toda sua longa vida de noventa e dois anos, o maior exemplo de missionário espírita, devido a sua vastíssima produção psicográfica, que chegou a atingir uns quinhentos títulos bem diversificados; dedicou todos os anos de sua atividade mediúnica à prática da assistência espiritual e material, em Pedro Leopoldo e Uberaba, atividade tão grande, tão sublime, que chegou mesmo a ser motivo de sua indicação para o prêmio Nobel em 1981... Por tudo isso, e muito mais, muitos confrades, tendo à frente a dra. Marlene Nobre, chegaram  a achar, a garantir mesmo, que ele foi a reencarnação de Allan Kardec, o criador da Ciência Espírita, o “bom senso encarnado”.

      No entanto,  -  vejam só como são as coisas ! – ele, ao iniciar seu mediunato em 1927, foi, antes, pedir a bênção do Padre Escorzello! E, ao passar dos anos, se

mostrou sempre um “carola”, um “mariólatra”, ao ponto de, por várias vezes, ter pedido, pela TV, pelo rádio e mesmo pelos jornais, a bênção pastoral do Bispo de Uberaba. Sim, ele mesmo, o Chico, vivia se benzendo e fazendo o sinal da cruz, demonstrando, inclusive, uma devoção exagerada a N S da Abadia, Padroeira de Uberaba, cuja imagem de pedra foi colocada dentro do mausoléu, onde repousam agora seus restos mortais, no Cemitério de São João Batista!...

     Sim, tudo isto é verdade e pode ser comprovado, indo-se ao campo santo e conversando, como fiz, com vários moradores antigos daquela localidade, que o conheceram muito bem e que até o adoravam, como se fosse um verdadeiro santo!...

     É, pois, em virtude desses dados todos, que consideramos ser do nosso dever encarar os fatos com equilíbrio e muita tolerância, olhando com simpatia e benevolência, aqueles que, afirmando-se kardecistas, continuam ainda presos a hábitos do passado.

Na verdade, estão, por assim dizer, na fase da infância e adolescência de sua militância espírita, precisando muito do auxílio dos explicadores sensatos, sim, daqueles que já conhecem bem “O Livro dos Espíritos” e as outras obras básicas da Codificação.

      Repito, pois,  -  e é bom sempre repetir  -, o exemplo vem de cima, e, no Brasil, Terra de Santa Cruz e do Cristo Redentor, o que vem de cima é o que está se vendo diariamente