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A VOLTA DE ALLAN KARDEC

      Em entrevista concedida ao jornal “Folha Espírita”, de São Paulo/SP, o Sr. Weimar Muniz de Oliveira, Presidente da Federação Espírita de Goiás (FEEGO) e vice-presidente da Associação Brasileira de Magistrados Espíritas (ABRAME), inicialmente, fala sobre os livros que publicou e diz qual a razão para a escolha do enfoque prioritário de seus livros  na vida e na obra de Francisco Cândido Xavier.

     Diz então o Dr. Weimar: “Depois de Jesus, Chico foi o maior exemplo de humanismo que presenciei na Terra. Tivemos a ventura de conhecê-lo em 1959, em Uberaba (...) Desde sua chegada, passamos, eu e minha esposa Cleuza, a freqüentar a Comunhão Espírita Cristã. Daí os contatos e os ideais afins nos terem aproximado (...)  De lá até hoje tenho pesquisado sobre sua vida e sua obra, trazendo agora ao público o meu terceiro livro sobre Chico Xavier, de pesquisa e análise sobre a mensagem reveladora “A Volta de Allan Kardec”, recebida pelo médium Antonio Baduy Filho, que desenvolveu sua mediunidade psicográfica sob as vistas do biografado, na Comunhão Espírita Cristã.

     “Convivemos com o médium Chico Xavier, desde 1959. Ele tinha um carinho e uma delicadeza especiais com Cleuza. Aída, nossa única filha consangüínea, só veio ao mundo mediante intervenção espiritual, através de Chico...”

      Prosseguindo em seu depoimento, diz o Magistrado: “ – O que me levou a organizar este novo livro ‘A Volta de Allan Kardec’ foi a admiração pela pessoa do médium e o cultivo das obras de que fora dócil medianeiro, em confronto com a Codificação de Allan Kardec. Foi isto que me levou, irresistivelmente, à pesquisa e à análise de ambas...”

     Em certo ponto da entrevista, o repórter declarou que, na exposição dos fatos, nota-se, claramente a utilização da técnica forense e quis saber por que motivo o sr. Weimar optou por esse arcabouço estrutural. Obteve então o seguinte esclarecimento: “ – Na verdade, eu não fiz  opção. Foi tudo muito natural. Atuando no mundo jurídico desde 1963, quando colei grau em Direito, sem perceber, cheguei ao meu modesto estilo. O meu cuidado, aliás, foi não exagerar nas expressões da nomenclatura forense. Ao contrário, meu estilo de escrever tende mais para o literário (...) do que para o jurídico. No caso dessa pesquisa, porém, tive de ser mais técnico”.

      Concluindo a entrevista, diz o Dr. Weimar: “- De acordo com Allan Kardec ‘há argumentos que a si mesmo se repelem’. Ao longo da pesquisa, realizada com inaudito esforço e tenaz perseverança, os fatos se multiplicaram, acompanhados sempre dos indispensáveis pressupostos de racionalidade e elevado senso crítico, a partir dos fatos, encontrados a mancheias não apenas em Obras Póstumas, na Revista Espírita e nas Obras Básicas, mas também noutras publicações de que é fértil a Literatura Espírita, nas biografias dos dois personagens pesquisados: Allan Kardec e Chico Xavier.

     “Passamos, outrossim, pelas mensagens reveladoras, desde a primeira  -  A Volta de Allan Kardec – até a terceira e última – Kardec e Jesus – recebidas pelo mesmo médium, Antonio Baduy Filho, que sempre mereceu de Chico Xavier estímulo e carinho. Destacamos os fenômenos de que fomos figurantes, em termos, passando pelo de Los Angeles, e, em seqüência, pelos casos de Isabel Mazzucati e Tânia Maria Afonso, que confirmam o primeiro.

      “Registramos as entrevistas de 14 companheiros de ideal cristão, conhecedores em profundidade do Espiritismo, além da reconhecida envergadura moral e acendrado amor à causa da Doutrina Espírita. Colhemos dez depoimentos de irmãos não menos qualificados.

      “Dos perfis de Allan Kardec e de Chico Xavier tivemos a ventura de selecionar fatos que eqüivalem a provas incontestáveis. Portanto, do manuseio, do estudo sério, do confronto analítico entre as duas personalidades, na laboriosa pesquisa, tornou-se possível tomar a nossa posição.

     “Assim, diante das provas inexoráveis, coletadas nessa pesquisa e análise crítica, por força de bom senso e razão, e também de sinceridade, como MAGISTRADO, alto e bom som,

                                               PROCLAMO:

     Francisco Cândido Xavier – Chico Xavier – é a reencarnação de Hippolyte Léon Denizard Rivail – Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo”.

 

NOSSO COMENTÁRIO

 

     Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos superiores: “ – Por que, na sociedade, os maus, tão freqüentemente, sobrepujam os bons em influência?”, a resposta que obteve foi a seguinte: “ – É pela fraqueza dos bons; os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos (grifo nosso); quando estes o quiserem, sobrepujarão os maus”. 

(O livro dos Espíritos – livro 4 – cap. l, nº 932)

      Não podemos, portanto, nos intimidar diante da audácia de um magistrado que, como presidente que é de uma Federativa,  faz parte do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita (Roustainguista) Brasileira, vale dizer, um Supremo Tribunal Federal Espírita.

     Por isso mesmo eu ouso também dizer, alto e bom som: “- Perdoe-me, Excelentíssimo Senhor Juiz, mas eu não acato a sua “Proclamação”, nem, muito menos, aceito a “Sentença” proferida por Vossa Excelência. E os argumentos que apresento à comunidade espírita brasileira estão contidos numa “Circular” e num “Estudo Comparativo” que fiz e enviei a vários confrades e instituições espíritas nacionais, inclusive para a Federação espírita do Estado de Goiás, da qual Vossa Excelência é presidente”.

     Não me cabe repetir aqui, neste jornal, tudo que penso a respeito desse assunto polêmico. Apenas venho hoje confirmar tudo que eu disse antes. E aproveito para  renovar o veemente apelo que fiz e volto a fazer agora: “ – Evoquem, por favor, o Espírito de Allan Kardec e perguntem ao grande Missionário lionês se, em 10 de abril de 1910, seu Espírito reencarnou na pessoa de Francisco Cândido Xavier, médium mineiro de Pedro Leopoldo, que, ............     (continua na pág. 6)

(Continuação da pág. 5)

que “comungava, confessava, ia à missa, acompanhava procissões”, como nos informa seu biógrafo, Marcel Souto Maior, pelo qual ficamos sabendo também que, depois de conhecer O Livro dos Espíritos e o Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec e “conhecer uma palavra-chave: mediunidade, (...) na mesma semana, Chico voltou à Igreja. Mas apenas para se despedir do padre. Mais uma vez se ajoelhou no confessionário e contou tudo (...) inclusive, sua intenção de se dedicar à mediunidade (...) Chico não queria deixar o ex-confessor contrariado e pediu a ele sua mão. O padre estendeu a mão direita. Depois de beijá-la (...) Chico disse que queria ser abençoado. Scarzello, seu padre confessor, atendeu: “ – Seja feliz, meu filho. Rogarei à Mãe Santíssima para que te abençoe e proteja...”