UM GRANDE VULTO DO ESPIRITISMO
Deolindo Amorim, segundo depoimento de sua esposa, Delta dos Santos Amorim, nasceu em Baixa Grande, Bahia, em 23 de janeiro de 1906. Aos dezessete anos, perdeu sua genitora, ficando sob a proteção de um tio, Juiz de Direito, em Salvador. Foi, depois, para Aracaju, Sergipe, onde se hospedou, por algum tempo, em casa de um pastor protestante. Seguiu depois para o Rio de Janeiro, onde assentou praça no Exército e foi logo promovido a Cabo. Nas horas de folga do serviço militar, freqüentava a Biblioteca Nacional e os museus históricos do Rio de Janeiro. Também freqüentou, como aluno-ouvinte, cursos de Sociologia, Filosofia, Ciências Sociais, Metodologia, Pesquisas Sociológicas e Economia.
Deixando o serviço ativo no Exército, tornou-se funcionário da Secretaria de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, onde se aposentou aos setenta e dois anos de idade.
Tomado de grande vocação pelo jornalismo, conseguiu oportunidade de colaborar com o Jornal do Comércio, escrevendo artigos que foram publicados na Seção Literária. Foi também revisor de alguns órgãos importantes da imprensa carioca.
Deolindo Amorim tornou-se espírita após a leitura do livro de Léon Denis, intitulado “O Porque da Vida”. Leu depois as obras de Allan Kardec, Gabriel Delanne, Camille Flammarion e muitos outros grandes vultos da literatura espírita mundial. Tornou-se então um grande divulgador do verdadeiro Espiritismo, grande escritor e jornalista espírita, e, sobretudo, ótimo expositor, que tive o prazer de ouvir várias vezes no Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), por ele fundado e do qual foi presidente por muito tempo até sua desencarnação em abril de 1984.
Oito meses antes de voltar para a Pátria Espiritual, deixou o seguinte depoimento, datado de 26 de agosto de 1983: “O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec é, para mim, a maior mensagem de esperança e de apoio íntimo que já encontrei até hoje. Nessa obra, que é meu livro de orientação em todos os momentos de minha vida, aprendi a sentir o Cristo e a Justiça Divina. Sou um homem feliz, e posso dizê-lo, tranqüilamente”.
Aqui ficam nossas sinceras homenagens a esse grande vulto do Espiritismo nacional.
São livros escritos e publicados por Deolindo Amorim: Africanismo e Espiritismo, O Espiritismo e os Problemas Humanos, o Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, Espiritismo e Criminologia, O Espiritismo à Luz da Crítica, Allan Kardec, o Homem, a Época, o Meio, a Missão.
O livro “Espiritismo e Criminologia” surgiu de uma conferência que Deolindo Amorim pronunciou em 1956, no Instituto de Criminologia na Universidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal e o livro “Africanismo e Espiritismo” surgiu como resposta contestatória ao então Presidente da FEB, Antonio Wantuil de Freitas, que declarara que “a Umbanda é Espiritismo, mas não Doutrina Espírita”. o que é um verdadeiro absurdo.
E, já que estou focalizando a figura grandiosa de Deolindo Amorim, faço questão de citar um caso particular, que hoje recordo com muita emoção e saudade.