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JORNAL “O CRISTÃO ESPÍRITA”

 

            Recebemos do Sr. Azamor Serrão Filho, Presidente da Casa de Recuperação e Benefícios “Bezerra de Menezes”, do Rio de Janeiro / RJ (Bairro de Botafogo) mais um “Instrumento Divulgador dos Conceitos Espíritas”, edição trimestral relativa aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2009.

            Esse periódico, ao contrário da revista “Reformador” da FEB, que sempre divulgou em suas páginas Kardec e Roustaing, divulga também um outro que é Pietro Ubaldi.

            É por isso que, em uma de suas páginas (geralmente a terceira) sempre aparecem três colunas. Na primeira, (da esquerda para a direita) além da fotografia de Kardec, aparece também a frase: “LEIA MAIS KARDEC”, citando, para isto, um trecho de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”. Na segunda (coluna do meio), ao invés de uma fotografia do Advogado de Bordéus, aparece uma cópia da capa da obra “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing ao lado da frase: “LEIA MAIS ROUSTAING”. Finalmente, na terceira (a da direita), além da fotografia de Ubaldi, aparece, ao lado, a seguinte frase: “LEIA MAIS UBALDI” e apresenta um trecho extraído de sua obra “A Grande Síntese”.

            Como cabeçalho aparece a pergunta: “VOCÊ SABIA?”. E, logo abaixo, vem a resposta nos seguintes termos: “ – A Codificação Kardequiana descerrou a porta entre dois mundos,  -  o físico e o espiritual  -. Como em qualquer contato inicial que se estabeleça entre duas civilizações, a primeira atitude da parte humana foi de curiosidade. Kardec explorou ao máximo questões que nos permitissem entender um pouco melhor a vida no plano espiritual, o que os ‘Espíritos’ percebem, sentem, sofrem, gerando um capítulo interessantíssimo, que vamos dividir em duas etapas. Completando a abordagem ao tema, trazemos também citações de Roustaing e de Ubaldi sobre o assunto”. (Pág. 3)

            Fica assim bem claro que se consideram as obras de Roustaing e de Ubaldi como complementares às da Codificação Espírita.

            A propósito de Pietro Ubaldi, é importante transcrever aqui o seguinte fato: “Herculano Pires, admirador de ‘A Grande Síntese’, livro de autoria desse sensitivo italiano, foi, no entanto, o primeiro a apontar, publicamente ‘falhas de percepção e alguns desajustamentos’ em sua obra máxima. E, mais tarde, chegou mesmo a assumir uma atitude enérgica em relação às pretensões e críticas de Pietro Ubaldi à obra da Codificação”. Foi o que disse Jorge Rizzini.

O fato se deu por ocasião do Sexto Congresso Espírita Panamericano realizado em outubro de 1963, em Buenos Aires.

            Ubaldi enviara ao Congresso uma tese cujo teor absurdo os ubaldistas de São Paulo divulgaram antes pela imprensa profana e cujas conclusões insólitas são estas: 1 – O Espiritismo estacionou na teoria da reencarnação e na prática da mediunidade; 2 – Não possuindo um “sistema conceptual completo”, não pode ser levado a sério; 3 – A Filosofia Espírita é limitada, não oferecendo uma visão completa do todo; 4 – O Espiritismo não construiu uma teologia espírito-científica, que explique o que a católica não explica”; 5 - o Espiritismo corre o perigo de ficar parado no nível de Allan Kardec, como o catolicismo ficou no nível de São Tomás de Aquino e o protestantismo no nível da Bíblia”.

            E, para “salvar” o Espiritismo, Pietro Ubaldi propunha que seus livros fossem adotados pelo movimento espírita.

            Herculano Pires, com a rapidez que o assunto exigia, redigiu um artigo que foi publicado no jornal “Diário de São Paulo” e na “Revista Internacional de Espiritismo”, de Matão / SP, criticando, contundentemente, a tese de Ubaldi.

            E concluiu seu artigo, dizendo: “... não obstante o respeito que votamos ao médium Pietro Ubaldi e à sua obra ‘A Grande Síntese’, altamente inspirada, não poderíamos dar-lhe outra resposta além da que apresentamos nestas linhas. Se Ubaldi tivesse lido ‘O Livro dos Espíritos’ de Allan Kardec, certamente jamais faria a proposta que fez”. (Fonte: “J. Herculano Pires, O Apóstolo de Kardec”, de Jorge Rizzini, Editora PAIDÉIA – 1ª edição – Ano 2001 – páginas 248 a 251)

            Enquanto isso, em Buenos Aires, a proposta constante da tese de Ubaldi foi fragorosamente rejeitada pelos participantes do Sexto Congresso Espírita Panamericano. E, nos Anais do Congresso, foram transcritos cinco itens do artigo de Herculano Pires.

           Quais foram esses ítens?

É o que veremos a seguir.