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ECOS DO XII CONGRESSO ESPÍRITA DA BAHIA

     Lê-se em “Os Quatro Evangelhos” de J. B. Roustaing: “Jesus foi fruto de uma concepção divina, milagrosa, no seio de uma virgem, no seio de Maria, por obra do Espírito Santo”. (Vol. I, pág. 221).

     É por isso que o XII Congresso Espírita da Bahia, realizado em Salvador/BA, de 27 a 30 de outubro, foi aberto com a Ave Maria!  de Gounot, entoada pelo coral “Encontro de Luz”. Viu-se no final muita gente se benzendo e fazendo o sinal da cruz.

      Aliás, faço questão de citar um fato que aconteceu comigo, que ali estive como observador.

      Após a palestra da Profa. Heloísa Pires, que, na manhã do dia 28 de outubro, fez uma conferência sobre o tema “O Espírito e o Tempo – uma introdução antropológica do Espiritismo”, de autoria de seu pai, José Herculano Pires, as pessoas presentes puderam mandar por escrito à mesa coordenadora dos trabalhos,  os seus questionamentos. Eu então me animei e escrevi num pedaço de papal: “Profa. Heloísa Pires, seu ilustre genitor, na pág. 253 do livro que serviu de tema para sua conferência, disse o seguinte: “A imprensa espírita, que devia ser uma labareda, é um foco de infestação, semeando as mistificações de Roustaing...”, que diz a senhora sobre isto? Gostaria de ouvir a sua opinião?

      Pois bem, o “ilustre” coordenador dos trabalhos leu, para os presentes, uma a uma, as perguntas que tinham chegado à mesa; sim, leu todas, menos a minha.

      Eu então não me contive e me dirigi a ele em tom enérgico e disse: “ – O Sr. não leu em voz alta a questão que dirigi à mesa, para que dona Heloísa Pires desse seu parecer. Agiu, portanto, muito mal e, por isso, eu faço questão de manifestar, pessoalmente, o meu veemente protesto contra essa atitude que considero própria dos jesuítas do tribunal da Inquisição”.

      Ele, diante de minha atitude explosiva, só declarou, tímido e medroso ao mesmo tempo: “ – Aceito o seu protesto”.

      Aliás, aproveito a oportunidade para pedir aos confrades, verdadeiramente adeptos de Allan Kardec, que leiam esse maravilhoso livro de José Herculano Pires, intitulado "O ESPÍRITO E O TEMPO”, lançado pela Editora Pensamento, em 1964 (lª edição) e pela EDICEL-Editora Cultural Espírita, em 1977 (2ª edição, revista e ampliada).

     Nesse Congresso a que me refiro, o confrade João Neves da Rocha dissertou, na manhã do dia 29 de outubro, por sinal com muita competência, o seguinte tema: “Evocações dos espíritos ou comunicações espontâneas ?”, assunto bastante polêmico que há muito tempo divide a opinião dos militantes espíritas. Mas ele deu a sua opinião contrária à evocação dos espíritos. Não abriu o tema à discussão dos presentes, de modo que quem, como eu, era favorável  à evocação, não pôde expor o seu pensamento, que é o mesmo do Mestre Allan Kardec, conforme deixou bem claro em “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, cap. XXV da segunda parte, nº 269.

     Alega-se que Kardec, no seu tempo, precisou lançar mão da evocação dos Espíritos. As gerações posteriores não precisariam desse instrumento. Então, - pergunto – por que ele aparece, amplamente, nesse segundo livro básico da Codificação? Por que não ficou para “Obras Póstumas”, como tantos outros temas importantes ?!

      E lembre-se que o Mestre de Lyon começou o capítulo supra citado, chamando de “errados” aqueles que acham que se deve abster da evocação dos Espíritos.