UM CASO NA VIDA DE BEZERRA DE MENEZES
“Encerrada a sessão daquela terça-feira, no centro espírita da F.E.B., Bezerra de Menezes saiu, sendo na rua abordado por um homem, cabelos em desalinho, cansado e aflito, a dizer-lhe:
“ – Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e famintos. E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril...
“Bezerra, apiedado, verificou se tinha algum dinheiro para dar. Mas não encontrou nada, além da passagem do bonde. Levantou então os olhos em prece silenciosa, pedindo inspiração à Maria. Depois, virando-se para o irmão, disse comovido:
“ – Meu filho, você tem fé em Nossa Senhora? Sim, a Mãe do Divino Mestre Jesus, (o agênere de Nazaré) ?”
“- Tenho, sim, e muita, Dr. Bezerra!
“ – Pois então, meu filho, em nome da Virgem Santa, receba este abraço”.
“E abraçou o desesperado irmão, envolvente e demoradamente.
“ E, despedindo-se dele, disse o Dr. Bezerra: - Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a proteção de Maria, Mãe de Deus. E, ao chegar em casa, faça o mesmo com seus familiares, abraçando-os e afagando-os com ternura. E confie n’Ela, sim, no Amor de Maria, que seu caso será resolvido.
Passaram-se alguns dias. Uma semana depois, naquele mesmo local, Bezerra foi novamente abordado por aquele infeliz. Agora, porém, de fisionomia alegre, que lhe disse comovido: “ – Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, aquele abraço milagroso que o senhor me deu. Em casa, cumpri o seu pedido: abracei minha mulher e meus filhos. Oramos todos à Nossa Senhora, a Mãe do Céu , e, no dia seguinte, estávamos todos sem febre. A água que bebemos parecia conter alimento, pois dormimos todos muito bem. E por inspiração da Virgem Santa, guiei-me a uma porta que estava aberta e entrei. Tenho hoje o meu emprego e estou trabalhando. Agradeço-lhe, dr. Bezerra, a grande dádiva que recebi do senhor, naquele abraço fraterno que me deu...”
(Extraído do livro “Lindos Casos de Bezerra de Menezes – Edição LAKE – pág. 75 a 78).
NOTA EXPLICATIVA
Bezerra, que era de família muito católica, ao se converter ao Espiritismo, tornou-se um roustainguista fervoroso e, como tal, devoto também de Nossa Senhora, Mãe de Jesus, que foi concebido por obra e graça do Espirito Santo.
Por isso é que foi guindado à presidência da Federação Espírita (roustainguista) Brasileira.
Desencarnou em 1900 e, muitos anos mais tarde, seu Espírito se manifestou através de Chico Xavier, deixando bem claro: “ – A legenda agora é kardequizar”.
Vamos, pois, caros leitores, fazer o que o Dr. Bezerra, como Espírito, está nos pedindo: “KARDEQUIZAR O MOVIMENTO ESPÍRITA”
Sim, basta de roustainguismo, de ubaldismo, de emmanuelismo, de chiquismo, de misticismo, de laicismo e muitos outros ismos...
Como disse muito bem o Espirito de Verdade: “... são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”. (Evangelho segundo o Espiritismo – Prefácio).
O próprio Espírito de Roustaing, regressando ao mundo dos Espíritos, caiu em si e viu que tinha cometido um grande erro, aceitando, para transformar em livro, aquelas mensagens, ditadas por falsos profetas da erraticidade, através da médium, Sra. Emillie Collignon, que, ele, Roustaing, veio a conhecer, pessoalmente, quando, em dezembro de 1861, foi por duas vezes à sua residência.
Sim, um grande erro!
Foi o que deixou bem claro na mensagem que ditou, em 1921, pela psicografia de Carlos Gomes dos Santos, no Centro “Família Espírita”, situado na Rua do Carmo nº 15, Rio de Janeiro.
Essa mensagem de Roustaing , confessando que foi vítima de mistificadores, consta de um opúsculo que foi distribuído aos freqüentadores desse centro pelo seu Diretor, o Sr. Mariano Rango D’Aragona, sendo mais tarde, em 1939 transcrita no livro “Páginas de Além Túmulo” do mesmo autor. O título da Mensagem é: “CONFISSÃO DA MISTIFICAÇÃO”.
Júlio Abreu Filho a transcreveu no seu livro “Erros Doutrinários” (Ver “O Verbo e a Carne”, - parte 2)