MARIOLATRIA DENTRO DO MOVIMENTO ESPÍRITA!
De Belo Horizonte/MG escreveu-nos o querido amigo e confrade Elcio Ferreira Marques: “ Amigo Erasto, mandei-lhe este e-mail para você ver o nível em que anda o nosso movimento...”
OBS.: - O confrade se refere a um artigo da autoria de Alamar Regis Carvalho intitulado “Os Espíritas e Maria”.
Li com muita atenção esse artigo, em que o autor em certo trecho pergunta: “ – No movimento espírita, como é a relação dos espíritas com Maria?”. E ele próprio, começa, relembrando Chico Xavier, que considera “um nome extraordinário” e que “sempre se dirigiu a Maria com muito respeito, carinho, afeto e devoção e nunca deixou de ser espírita por causa disso (...) Nunca deixou de ser fiel a Kardec...”
A propósito, tenho comigo um documento datado de julho do ano 2000, editado por uma instituição espírita de Uberlândia/MG, em que consta que, ao abrir uma reunião pública no Grupo Espírita da Prece, de Uberaba/MG, em l5 de agosto de 1998, Francisco Cândido Xavier, o Chico, dirigindo-se ao Mestre Jesus, disse: “ – E agora, já que estou na minha hora de atuar, peço a vossa permissão para fazer uma saudação a uma personalidade que é a mais eminente do Evangelho (?!), conhecida em nossa cidade, nossa querida Uberaba, por Nossa Senhora da Abadia, padroeira da cidade, no dia de hoje em que é reverenciada sua imagem de santa”. E rezou, com muita emoção, a famosa “Ave Maria”, como fazem os católicos, substituindo, é claro, a expressão “Mãe de Deus” por “Mãe de Jesus” e a palavra “amém” por “assim seja”.
Entretanto, verdade seja dita: tenho lido e relido as obras de Allan Kardec e nunca encontrei, em nenhuma delas, o Codificador dizer que, em nossas reuniões, devemos começar os trabalhos, rezando a Ave Maria.
Por outro lado, em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no cap. XXVIII, da tradução de Guillon Ribeiro (e XXIV, do original francês) capítulo intitulado “Coletânea de Preces Espíritas” Allan Kardec, em primeiro lugar, apresenta o “Pai Nosso” ou “Oração dominical”, vindo a seguir as outras que devemos fazer de acordo com as circunstâncias de momento.
Na prece para o começo da reunião, Allan Kardec nos orienta a dirigir os nossos pensamentos ao Senhor, Deus Todo-Poderoso e não à mãe de Jesus.
Neste ponto, portanto, não vejo porque afirmar, como o Sr. Alamar afirma, que o Chico “nunca deixou de ser fiel a Kardec” apesar de sua devoção a Maria na personalidade de Nossa Senhora da Abadia.
O mesmo podemos dizer em relação a Antonio Luiz Saião, que “desencarnou, balbuciando uma Ave Maria”, como afirmou Zêus Wantuil, que o considerava um dos “Grandes Espíritas do Brasil” (Ver a obra do mesmo título, edição da FEB, pág. 159)...
Por falar nisso, meu querido e saudoso pai e mestre em Espiritismo, Severino de Freitas Prestes Filho, que, por determinação de seu Guia Espiritual, Erasto, Discípulo de São Paulo, só produziu uma obra que deixou inédita, aguardando o momento propício para ser lançada ao público, ao contrário do Chico que, por determinação de seu Guia Espiritual, Emmanuel, produziu centenas, que vivem sendo reeditadas pela FEB roustainguista ...; sim, repito, meu pai, Severino de Freitas Prestes Filho, em nossas reuniões de estudo do Evangelho segundo o Espiritismo no lar, jamais abriu uma sessão, rezando a Ave Maria mas sim, invocando o Senhor, Deus Todo-Poderoso!