“O CORAÇÃO DO MUNDO”
Disse Humberto de Campos (Espírito):
“Foi no último quartel do séc. XIV, que o Senhor desejou realizar uma de suas visitas periódicas à Terra, a fim de observar os progressos de sua doutrina e de seus exemplos no coração dos homens.
“Anjos e Tronos lhe formavam a corte maravilhosa. Dos céus à Terra foi colocado outro símbolo da escada infinita de Jacob, formado de flores e de estrelas cariciosas, por onde o Cordeiro de Deus transpôs as imensas distâncias, clarificando os caminhos cheios de treva. Mas, se Jesus vinha do coração luminoso das esferas superiores, trazendo nos olhos misericordiosos a visão dos seus impérios resplandecentes e na alma profunda o ritmo harmonioso dos astros, o planeta terreno lhe apresentava ainda aquelas veredas escuras, cheias da lama da impenitência e do orgulho das criaturas humanas, e repletas dos espinhos da ingratidão e do egoísmo. Embalde seus olhos compassivos procuraram o ninho doce do seu Evangelho; em vão procurou o Senhor os remanescentes da obra de um dos seus últimos enviados à face do orbe terrestre. No coração da Úmbria haviam cessado os cânticos de amor e de fraternidade cristã. De Francisco de Assis só haviam ficado as tradições de carinho e bondade; os pecados do mundo, como novos lobos, haviam descido outra vez das selvas misteriosas das iniqüidades humanas, roubando às criaturas a paz e aniquilando-lhes a vida.
“Helil, - disse a voz suave e meiga do Mestre a um dos seus mensageiros, encarregado dos problemas sociológicos da Terra – meu coração se enche de profunda amargura, vendo a incompreensão dos homens, no que se refere às lições do meu Evangelho. Por toda parte é a luta fratricida, como polvo de infinitos tentáculos, a destruir todas as esperanças; recomendei-lhes que se amassem como irmãos e vejo-os em movimentos impetuosos, aniquilando-se uns aos outros, como Cains desvairados”.
Após ouvir a explanação de Helil, seu emissário, - - prossegue Humberto de Campos (Espírito): “... – Retornou, tristemente, a voz compassiva do Cordeiro de Deus, perguntando: - qual o lugar da Terra que não é santo? Em todas as partes do mundo paira a bênção de Deus...” (...) “E a caravana fulgurante encaminhou-se ao continente que seria, mais tarde, o mundo americano...” (...) “Cheio de esperanças, emociona-se o coração do Mestre, contemplando a beleza do sublimado espetáculo”. E, voltando-se para seu emissário, pergunta Jesus: “- Helil, onde fica, nestas terras novas, o recanto planetário, do qual se enxerga, no infinito, o símbolo da redenção humana (o Cruzeiro)...” Helil respondeu que “ficava mais para o sul”. E o Mestre então respondeu: “- Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade...”
E Humberto de Campos comenta: “Foi por isso que o Brasil, muito antes do Tratado de Tordesilhas, trazia já, em seus contornos, a forma geográfica do coração do mundo”.( A íntegra desse capítulo se encontra em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” 25ª edição – FEB, cap. I).
NOSSO COMENTÁRIO: Na coluna ao lado.
BRASIL, PÁTRIA DO ANTICRISTO
Segundo Humberto de Campos (Espírito), parece que o Espírito de Jesus, como Governador da Terra, costumava fazer visitas de rotina (“periódicas”), para saber como iam as coisas aqui, no reino que, ao morrer deixara nas mãos dos papas da Santa Madre Igreja.
Numa dessas expedições espirituais, veio com seu emissário Helil e uma grande comitiva, formada de Anjos, Tronos, Arcanjos e Querubins, toda a corte celestial do Cristo de Deus, o Cristo-rei, com os quais costumava se reunir em grandes assembléias, antes das viagens que costumava fazer.
Numa dessas reuniões com seus assessores espirituais, Jesus demonstrou toda a sua “divina amargura” por ter verificado que, aqui na Terra sua Doutrina de paz, amor, bondade e perdão, havia sido esquecida pela Cristandade. Mas encontrou apoio e consolo em Helil, que lhe indicou o continente americano para “instalar nele o seu pensamento cristão”. E o Mestre achou ótima a idéia. Assim “a caravana fulgurante encaminhou-se para o continente” que ficou conhecido como o “Novo Mundo”.
Foi uma “viagem rápida e maravilhosa”, sendo que, ao chegarem, todos os espíritos, integrantes da comitiva divina, foram saudados pelas aves, pelas flores e pelos silvícolas, que, por certo conscientes do valor celestial daqueles viajantes, já “aguardavam uma nova era”. Coitados, não desconfiavam de nada!...
Segundo Humberto de Campos, Jesus se surpreendeu quando se deparou com uma constelação deslumbrante, que denominou o “símbolo da redenção”. Era o Cruzeiro do Sul. E assim, ao dirigir-se mais para o Sul, a comitiva divina do “Cordeiro”, sim, do “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” – leia-se: Jesus, o Cristo de Deus – no “jardim das constelações divinas, contemplou o mais imponente de todos os símbolos: a cruz”. Voltando-se então para Helil, disse Jesus: “- Aqui, sob a luz misericordiosa das estrelas da cruz, ficará localizado o Coração do Mundo”.
Tenho a impressão de que o Espírito de Humberto de Campos também se achava integrado a essa comitiva sagrada dirigida pelo Cordeiro de Deus, pois, acrescentou o seguinte: “Consoante a vontade piedosa do Senhor, todas as suas ordens foram cumpridas, integralmente. Foi, por isso que o Brasil, onde será modelada a obra imortal do Tratado de Tordesilhas, trazia já em seus contornos a forma geográfica do coração do mundo”. Sim, cabia ao Brasil se transformar no “paraíso” terrestre, porque os naturais da terra, recém ocupada pelos portugueses receberam os viajantes espirituais da comitiva do “Cordeiro” como “irmãos muito amados”.
Ao desembarcarem em terra firme, diz Humberto de Campos, “realizou-se à sombra do Evangelho do Cristo, o primeiro banquete da fraternidade”. É por isso que o Brasil passou a ser conhecido também como a Pátria do Evangelho...
Na verdade, consultando-se os livros de História do Brasil, e os jornais de hoje, pode-se afirmar, que o Brasil é mesmo: o CORAÇÃO DO MUNDO, a PÁTRIA DO EVANGELHO, o reino celestial da paz, do amor ao próximo, da amizade sincera e desinteressada, do perdão, da justiça social!...Não é?!!!