ofplogo.gif (4994 bytes)"A QUE VEIO O CENTRO ESPÍRITA?"
(Tema do editorial de Mundo Espírita)


"O Centro Espirita, com seus grupos de estudos, com reuniões reduzidas a cerca de uma hora por semana, não se propõe e não pode pretender ser o formador de espíritas. Repassa orientações, fomenta a prática de valores superiores, convida à vivência, estimula o conhecimento pelo estudo, veicula o pensamento espírita, incentiva e busca facilitar o entendimento.

"Quem detenha efetivo interesse em conhecer e entender Espiritismo, além da sua ida ao Centro Espírita, terá que dedicar também várias outras horas do dia para a leitura, para o estudo, para as reflexões, para o amadurecimento do aprendizado e, com grande esforço, buscar implementar tais conhecimentos em sua vida, a fim de lhe dar nova configuração comportamental..."

E prossegue o referido editorial, dizendo: "Os Centros Espíritas, não sendo formadores de espíritas, mas, sim, formadores de opinião e veiculadores do pensamento espírita, precisam contribuir de maneira mais efetiva, para tanto, começando por organizar estudos mais reflexivos, mais conclusivos, mais demonstrativos da aplicação desse ou daquele ensino espírita".

E, depois de sugerir que "cada leitor faça a sua própria enquete, consigo mesmo e com seus familiares" lança as seguintes perguntas: "Qual a dedicação dispensada ao conhecimento e à vivência espírita? Qual o índice de leitura espírita mensal, e, mesmo quando não espírita, de leitura geral edificante, formadora de boa cultura?"

Finalmente, conclui o editorial, dizendo que "o Centro Espírita precisa demonstrar a que veio. E o espírita, que pretende viver segundo os postulados espíritas e deseja contribuir com o seu próprio progresso espiritual, também terá que fazer a sua parte. Ou seja, a formação espírita se dará com o contributo do Centro Espírita mais o esforço e dedicação pessoal do interessado, e se revelará na vivência diária, no trato consigo mesmo, com a família, com a sociedade" (Jornal "Mundo Espírita", edição de julho de 2003, pág. 3)


NOSSO COMENTÁRIO

Em termos gerais, nada temos contra esse editorial, que, na verdade, está muito bem redigido. Gostaríamos apenas de acrescentar nosso ponto de vista pessoal, que, aliás, coincide com o de muita gente boa.

No Brasil, os centros espíritas, em geral, se transformaram em obras assistenciais de amparo aos necessitados, competindo assim com as instituições filantrópicas particulares e oficiais. Muitos viraram clínicas de tratamento aos portadores de distúrbios psíquicos e/ou psiquiátricos, fazendo concorrência com os hospitais e centros de saúde particulares ou da rede oficial. Incluisive vai-se às reuniões públicas, com o objetivo de, após a palestra do dia, tomar a água fluidificada e alguns passes. E é por isso que, geralmente, esses centros são muito procurados e têm sempre seus auditórios repletos de pessoas interessadas no aprendizado da Doutrina, mas, principalmente, na cura de suas mazelas.

É claro que não somos contra essa maneira de agir, mesmo porque a legenda do Espiritismo é: "Fora da Caridade não há Salvação".

Achamos apenas que, para que o aprendizado da Doutrina seja mais eficiente nos centros e grupos espíritas, é preciso que se dê aos seus freqüentadores a oportunidade de discutir questões polêmicas, que estão aí, em grande número, dividindo o nosso movimento. A título de exemplo, eu citaria a questão relacionada ao roustainguismo. Sim, porque um jornal como o "Mundo Espírita", que foi fundado por Henrique Andrade, autor do livro "A BEM DA VERDADE", durante muito tempo foi uma trincheira e uma tribuna de combate aos absurdos contidos na obra de J.B. Roustaing, mas, agora, que passou a ser administrado pela Federação Espírita do Estado do Paraná, nada fala em relação à tese do corpo fluídico de Jesus, nem em sua concepção milagrosa no seio da Virgem Maria, para se transformar na Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Sim, nada fala a respeito disso, nem coloca em suas páginas um convite para que seus leitores compareçam a reuniões promovidas para a discussão desses temas. E não tomam essa decisão por que ? Simplesmente porque a Federativa do Paraná também faz parte desse Conselho Federativo Nacional, que se reúne periodicamente sob a direção do Presidente da Federação Espírita Brasileira, que, por força do seu Estatuto (art. lº) estuda, defende e divulga a obra apócrifa do advogado de Bordéus sob o pretexto idiota e mentiroso de que é complementar à da Codificação Espirita. E os espíritas kardecistas, que se gabam de ser leais discípulos de Kardec, se calam e se curvam, tímidos e covardes, diante desse contra-senso. Tudo por causa de um mito que foi criado em 1949, para tornar cada vez mais forte o poder dos roustainguistas: o da unificação.

E quero terminar este meu comentário com uma sincera saudação ao autor de "A BEM DA VERDADE":

VIVA HENRIQUE ANDRADE,
HERÓICO FUNDADOR DO JORNAL "MUNDO ESPÍRITA"

Para "O Cruzadinho Pantaneiro" – Boletim informativo da Cruzada dos Militares espíritas de Campo Grande/MS, Ano VII, nº 73 – edição de julho/2003, "na prática do bem-servir, é crível estabelecer-se que um centro espírita assuma as funções de: Casa-Lar, quando ampara os filhos de Deus (portanto, uma instituição filantrópica); Casa-Escola, onde se estuda e procura instruir as pessoas na prática fundamental da cidadania (cumprimento dos deveres sociais); Casa-Templo (= Igreja ?!) no qual se aprende e se exercita a fraternidade, fruto da benevolência para com todos, indulgência para com as faltas dos irmãos, e do perdão das ofensas; Oficina de Trabalho, para confecção de material".

Mas, o Centro Espírita também deve ser um Laboratório de Pesquisas, já que o Espiritismo também é uma Ciência, como o definiu Allan Kardec.

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