“AI DE VÓS, ESCRIBAS E FARIZEUS HIPÓCRITAS!”
Foi assim que, por várias vezes, Jesus, o Homem de Nazaré (não o “corpo fluídico farsante” dos roustainguistas), se dirigiu, falando à multidão e aos seus discípulos, conforme se lê no Evangelho de Mateus, cap. 23, versículos 1 a 39.
Ora! se Jesus, o Messias de Deus, “o tipo mais perfeito, que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo” (O Livro dos Espíritos, questão 625) censurou os ricos e poderosos do seu tempo, vale dizer, os escribas e farizeus, alertando-nos, claramente, que não “procedamos em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (v. 3), consideramos bem estranhas e fora de propósito as críticas que recebemos por termos nos referido aos dirigentes da FEB e dos membros do seu Conselho Federativo Nacional (CFN), como “modernos escribas e farizeus hipócritas”, porque servem a dois senhores ao mesmo tempo: Kardec e Roustaing.
Estaremos mentindo ao fazer esta afirmação? Claro que não. É só ler e estudar os livros e periódicos que mostram a evolução do Espiritismo no Brasil, para termos a comprovação dos fatos, largamente denunciados por verdadeiros espíritas “kardecistas”, como: Luciano Costa, Ricardo Machado, Henrique Andrade, J. Herculano Pires, Júlio Abreu Filho, Ari Lex, Gélio Lacerda da Silva, para só citarmos aqueles que se encontram no plano espiritual, nos incentivando e inspirando na luta em prol da pureza doutrinária do Espiritismo.
Apresentaremos a seguir dois fatos concretos.
Primeiro: o Conselho Federativo Nacional, órgão vinculado à Federação Espírita Brasileira, da qual é um dos mais importantes departamentos e só se reúne anualmente sob a direção e orientação do Presidente da FEB, em sua reunião realizada nos dias 10, 11 e 12 de novembro de 2006, aprovou, por unanimidade de votos, uma “mensagem dirigida aos Espíritas” na qual prega a “preservação dos Princípios Doutrinários” da Doutrina Espírita”. (Fonte: “Mundo Espírita”, de Curitiba/PR, edição nº 1470 de janeiro de 2007, pág. 10).
Essa mensagem se divide em duas partes: na primeira apresenta os “considerandos” (as justificativas da mensagem); na segunda, faz três recomendações, sendo que a terceira se desdobra em cinco ítens.
Ora, muito bem! Todo mundo sabe que, desde sua fundação, em princípios de 1884, a FEB é roustainguista, só tem na presidência pessoas declaradamente roustainguistas e no artigo primeiro do seu estatuto, faz questão de manter um parágrafo único que diz que a obra de Roustaing “Os Quatro Evangelhos” é complementar às da Codificação, o que Allan Kardec, quando encarnado, nunca aceitou.
Por outro lado, nessa “mensagem aos espíritas”, repetem oito vezes a expressão “Doutrina espírita”, querendo insinuar assim que se referem à Doutrina codificada por Allan Kardec. Deixam, portanto, de esclarecer que, além da doutrina contida nas obras da Codificação, aceitam, estudam e divulgam também, a doutrina exposta por J. B. Roustaing na obra “Os Quatro Evangelhos”.
Por outro lado, no ítem 3.3 dessa mensagem, a recomendação que fazem é para que “mantenhamos o Espiritismo com a pureza doutrinária...” Por isso mesmo “... as instituições, que se classificam como espíritas, têm o dever decorrente de pautar a sua prática dentro dos princípios contidos nas obras básicas de Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita...”
Pergunto então: “ – Isto não é o cúmulo do cinismo?! Não é o cúmulo da hipocrisia?! Quem conhece, como eu conheço, o livro “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing, e fez, como eu fiz, um estudo comparativo entre a doutrina exposta por Kardec nas obras da Codificação e a doutrina exposta por J. B. Roustaing na obra que leva o nome do advogado de Bordéus, sabe, muito bem que estou coberto de razões, quando me refiro aos dirigentes roustainguistas da FEB e a todos os membros do seu Conselho Federativo Nacional como os “modernos escribas e farizeus hipócritas”.
Não volto atrás, nem peço desculpas a ninguém! Estou com Jesus, o Homem de Nazaré, com o Espírito de Verdade, o Consolador Prometido e com Allan Kardec, o único e verdadeiro Missionário da Terceira Revelação.
O segundo fato, já focalizado, inclusive, em nosso boletim de fevereiro, refere-se ao 2º Congresso Espírita Brasileiro, que, por iniciativa da Federação Espírita Brasileira, do seu Conselho Federativo Nacional e a colaboração das Federativas Estaduais, será realizado este ano, no mês de abril, comemorativo do sesquicentenário de lançamento de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.
Nesse encontro, que será, é claro, tão importante para o movimento espírita nacional, a expressão “Doutrina Espírita” será repetida inúmeras vezes. Todavia, nenhum dos grandes oradores presentes, a começar por Raul Teixeira e Divaldo Pereira Franco, mostrará aos participantes que a Federação Espírita Brasileira, que está promovendo esse grande evento nacional, embora se declare espírita “kardecista”, também é “roustainguista”, ou seja, fiel adepta de João Baptista Roustaing, que, em seu livro “Os Quatro Evangelhos”, prega uma doutrina que defende vários absurdos, como estes: Jesus não foi homem de carne e osso como nós, e sim um agênere (ou corpo fluídico); o Espírito de Jesus foi criado totalmente perfeito e progrediu em linha reta, sem precisar da reencarnação para a sua evolução espiritual; a reencarnação é um castigo de Deus e não um processo natural para o progresso do espírito do homem; Jesus (corpo fluídico) foi concebido pelo Espírito Santo e não por José, que era legitimamente casado com Maria; Jesus, por ter sido gerado no ventre de Maria por obra e graça do Espírito Santo, foi um Deus também, ou melhor, foi a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; Maria, depois de ter dado à luz seu filho primogênito, (Jesus homem), continuou virgem por toda a vida, apesar de ter tido depois outros filhos, frutos de sua união carnal com José, seu legítimo esposo... Enfim, sobre nada disso se tratará nesse 2º Congresso Espirita Brasileiro promovido pela Federação Espírita (Roustainguista) Brasileira, no próximo mês de abril...