AI DE VÓS, ESCRIBAS E FARIZEUS HIPÓCRITAS” (Jesus, o Homem de Nazaré)
O Sr. Juvanir Borges de Souza, roustainguista fanático, por vários anos presidente da F.E.B. e do Conselho Federativo Nacional da FEB, em um artigo, publicado na revista febeana “REFORMADOR”, edição de abril de 2004, fez uma apologia de “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” de Allan Kardec. Motivo: a comemoração dos 140 anos do lançamento dessa terceira obra básica da Codificação espírita, em abril de 1864.
Começou seu comentário elogioso, fazendo uma referência à mensagem do Espirito de Verdade, tão bela e significativa que Allan Kardec fez questão de colocar como “Prefácio”. Nessa mensagem ficou bem claro que “... são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.”
Disse então o Sr. Juvanir: “ – Essas palavras do Espírito de Verdade (...) representam uma síntese do caráter do Espiritismo, bem assim a finalidade dessa obra extraordinária.” (grifo nosso)
Em nosso entendimento, aí está a grande demonstração de hipocrisia desse articulista, porque, como se sabe, a diretoria da F.E.B., da qual ele sempre fez parte, deu seu aval para a publicação do livro “Elos Doutrinários” de autoria de Ismael Gomes Braga, que teve a audácia de afirmar que “o roustainguismo é um curso superior de Espiritismo”. Logo, por uma questão de lógica, “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing ficam colocados acima, ou melhor, muito acima de “O Evangelho segundo o Espiritismo” de Allan Kardec.
E não é que o Sr. Juvanir, em seu artigo, que estamos comentando agora, chegou a declarar que pela importância excepcional dessa obra, que está completando 140 anos (...) os espíritas sinceros são, naturalmente, compelidos a relembrar seu lançamento, a natureza do seu conteúdo e o motivo pelo qual é a obra espirita mais procurada, mais lida e mais comentada nos estudos da Doutrina Espírita...” (grifos nossos)
Mas, pergunta-se: “ – Por que então O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec não foi incluído nesse tal ‘curso superior de Espiritismo”, a que se refere o roustainguista Ismael Gomes Braga, com o apoio incondicional dos dirigentes da FEB e do seu Conselho Federativo Nacional?!
Mais adiante, o Sr. Juvanir declara que: “ – O Evangelho segundo o Espiritismo” de Allan Kardec é a revivescência dos ensinos de Jesus, (...) a mais evidente ligação entre o Cristianismo puro e o Espiritismo.
“Nele, os ensinos morais do Cristo são separados dos textos dos Evangelhos e comentados, dissecados e interpretados não só pelo Codificador mas também por muitos Espíritos, em Instruções que se encontram na maioria dos capítulos de que se compõe a obra...”
Em outra parte do seu comentário, o Sr. Juvanir diz: “ – O Evangelho segundo o Espiritismo”, fonte consoladora, é, ao mesmo tempo, o grande elo que une a Segunda e a Terceira Revelações, atualizando os ensinos de Jesus (...) Consola os humildes de coração e dá força aos que procuram o caminho das retificações, esclarecendo o sentido da vida, não só no mundo áspero em que vivemos, mas também nas esferas espirituais que nos esperam.
“É uma orientação permanente para as almas sofredoras e enfermas, insuflando-lhes a esperança e a certeza de dias melhores, desde que cultivadas as virtudes sintetizadas no amor a Deus e ao próximo”.
(Fonte: Reformador, Ano 122/ Abril, 2004/Nº 2.101, págs. 5 a 7)
Concordamos, plenamente, com todos os elogios feitos pelo Sr. Juvanir Borges de Souza. Na verdade O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de Allan Kardec é tudo isto que ele declarou.
Entretanto, sabendo-se, como se sabe, que, quem fez este panegírico todo, é um roustainguista fanático, que, somente por isto, foi alçado, primeiramente, à Vice-presidência da FEB, na gestão de Francisco Thiesen, e, depois, à Presidência, em decorrência de sua desencarnação, em 1989, percebe-se logo que há alguma coisa de falsidade, de fingimento, para não dizer de cinismo, em seus comentários encomiásticos relacionados à obra de Allan Kardec; obra que, dentro do que se convencionou chamar de “pentateuco espírita”, ocupa o terceiro lugar.
Por que dizemos isto? Muito simples de explicar:
1º) Porque, João Batista Roustaing, deu ouvido a espíritos mistificadores, que lhe disseram que devia acrescentar ao título “OS QUATRO EVANGELHOS”, a legenda ou subtítulo “Revelação da Revelação”, que os roustainguistas, a começar pelo Sr. Juvanir Borges de Souza, aceitam, estudam, regularmente, defendem e divulgam.
E aqui fazemos questão de transcrever, na íntegra, um pequeno trecho do que se encontra no Prefácio de “Os “Quatro Evangelhos”, pág. 65 da 6ª edição , lançada pela FEB em 1983:
“Mostrai-lhes a verdade, naquilo que, comumente, se considera mentira (...) Mostrai-lhes que os milagres, proclamados maquinalmente por uns e negados por outros, sistematicamente, são atos naturais, derivados do curso ordinário das leis da Natureza...
“A vós, pioneiros do trabalho, cabe a tarefa de preparar os cominhos, enquanto esperais que aquele que há de vir, para traçar o roteiro, comece a sua obra.
“Com esse objetivo nós, oh! bem-amados, vimos incitar-vos a que empreendais a explicação dos Evangelhos em espírito e verdade, explicação que preparará a unificação das crenças entre os homens e à qual podeis dar o nome de Revelação da Revelação...
“Ponde-vos à obra; trabalhai com zelo, perseverança e coragem, e não esqueçais nunca que sois instrumentos de que Deus se serve para mostrar aos homens a verdade...
“Quando todos os materiais estiverem reunidos e for chegado o momento de se tornar conhecida, de publicar-se essa obra (...) sereis prevenido.
“Dezembro de 1861
(a) Mateus, Marcos, Lucas, João
NOTA.
Ao receber essa mensagem, que lhe foi entregue, em mão, pela médium, Sra. Emilly Collignon, João Batista Roustaing confessa que ficou “tomado de surpresa imensa, mas ao mesmo tempo cheio de alegria (...) por ter sido chamado a executar essa obra da revelação”, que, em maio de 1865, já estava pronta para ser publicada.
E Kardec, “seu mestre e chefe espírita” como o considerava, foi consultado?!” - perguntamos nós. Não, não foi. Tudo foi feito à sua revelia.
Como é então que Juvanir Borges de Souza vem agora de público, fazer, dessa forma, os comentários que fez no Reformador, ou seja, exaltar O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, se, para ele, como para todos os roustainguistas fanáticos, essa obra maravilhosa, extraordinária de Allan Kardec é inferior a “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing, já que, como disse Ismael Gomes Braga “o roustainguismo é um curso superior de Espiritismo”?! Como é?!
É falsidade demais!
É por isso que, parafraseando Jesus, o Homem de Nazaré, (sim, o homem, não o agênere dos roustainguistas), dizemos hoje, a plenos pulmões:
AI DE VÓS, MODERNOS FARIZEUS HIPÓCRITAS, QUE SERVIS A DOIS SENHORES AO MESMO TEMPO: KARDEC & ROUSTAING! AI DE VÓS QUANDO, APÓS A DESENCARNAÇÃO, VOS ENCONTRARDES FRENTE A FRETE COM O CODIFICADOR DO ESPIRITISMO E COM O ESPÍRITO DE VERDADE?!