“A CIÊNCIA ESPÍRITA E O ESPIRITISMO NO BRASIL”
No artigo da professora Lúcia Kfouri, a que nos referimos anteriormente, ela declarou uma coisa muito significativa, ao dizer: “ - ... o mais interessante é que, se este ou aquele confrade resolve se interessar por um determinado tema (ou aspecto) da Codificação, procurando ampliá-lo ou colocá-lo frente aos atuais avanços da Ciência, não tardam a aparecer os comentários dos acomodados: “- Cuidado! Fulano está sob enorme obsessão...”
É isto mesmo! E é para que fique bem claro isto que ela declarou, que faço questão de citar um fato ocorrido comigo há dezessete anos atrás.
Durante um bom tempo me dediquei à leitura e ao estudo das obras básicas do Espiritismo. Foi, realmente, um trabalho profundo de pesquisa, exaustivo mesmo; trabalho todo voltado para o aspecto científico da Doutrina Espírita. O resultado foi ter eu escrito um livro ao qual dei o título acima: “A Ciência Espírita e o Espiritismo no Brasil”.
De acordo com o Sumário, colocado logo no início, aparecem em primeiro lugar a homenagem que presto ao Espírito de Erasto, Guia bem-amado de meu pai e a poesia que dediquei ao meu genitor, como preito de saudade. Segue-se uma saudação ao Espírito do Dr. Bezerra de Menezes, que ficou conhecido como o “médico dos pobres” e que nos anos vinte prestou assistência espiritual a meu pai, Severino de Freitas Prestes Filho, quando, como magnetizador e médium curador, realizou várias curas a doentes que constantemente o procuravam, inclusive alguns que já estavam desenganados pelos médicos. E isto meu pai conta em suas “Memórias”, que, como disse, futuramente, serão publicadas.
Em seguida vem a “Introdução”em que explico o por que da obra que produzi. Logo após aparecem os cinco capítulos, na seguinte ordem: 1º ) A Ciência e o método científico de conhecimento; 2º ) A Ciência Espírita na concepção de Allan Kardec e dos seus continuadores; 3º) O método experimental aplicado ao Espiritismo; 4º) O papel da FEB perante a Ciência Espírita: 5º) Emmanuel e o aspecto científico do Espiritismo.
No final coloquei a “Conclusão” e uma bibliografia a respeito do tema.
Que fiz então? Tirei várias cópias do original e mandei para várias editoras espíritas, com o objetivo de publicar meu trabalho de pesquisa.
Pois sabe você o que aconteceu, leitor amigo? Eu digo.
Umas não me deram a mínima satisfação, mas ficaram com a cópia do original que eu mandara. Outras me responderam, dizendo que não aceitavam publicar o meu trabalho porque o tema por mim escolhido fugia ao esquema estabelecido pela direção da Editora, pois não se enquadrava no pensamento de Emmanuel. Algumas não aceitaram editar meu livro, alegando que a maioria dos confrades atualmente não se preocupam com o aspecto científico do Espiritismo pois só querem saber de romances psicografados por Chico e pelos médiuns da família Gasparetto. Finalmente, inúmeras editoras espíritas, recusaram lançar ao público meu trabalho, alegando seus responsáveis que tinham consultado o Conselho Federativo Nacional da FEB e o próprio presidente da chamada “Casa Mater” que opinaram negativamente. A alegação que deram foi que eu estava completamente obsedado, pois vivia criticando o roustainguismo que os dirigentes febeanos defendem, estudam e divulgam...
Prezados leitores, hoje compreendo, perfeitamente, o que meu pai, Severino de Freitas Prestes Filho, disse várias vezes em casa, conversando conosco:
“... É como eu digo a vocês, meus filhos, meu livro, sim, o livro que estou escrevendo por determinação dos Espíritos superiores que sempre me deram assistência, não é para os espíritas de agora e, sim, para os espíritas do futuro. Será, pois, mais uma obra póstuma que deixo para a posteridade..”. (Fonte: um CD em meu poder)
Realmente, desde princípios do século passado, o movimento espírita está dominado pelos roustainguistas, pelos emmanuelistas e pelos ubaldistas...