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DIA DE SANTO ERASTO

 

            O dia 26 de julho, é bom lembrar, foi consagrado pelo alto clero como uma data sagrada. Por isso mesmo consta do calendário católico, como sendo o dia de sua devoção, juntamente com outros como: Anna, Joaquim, Jacinto, Simeão, Ambrósio, Olímpio, Teódulo e Exúpera.

Nós já tocamos neste assunto em um dos nossos boletins anteriores e chegamos mesmo a escrever um livro intitulado “O ESPÍRITO DE ERASTO E AS DUAS REVELAÇÕES DA LEI DE DEUS”, referindo-nos, naturalmente, à do Mestre Jesus, o Homem de Nazaré e ao Espírito de Verdade (Jesus), o “Consolador Prometido”.

Mas, como das vezes anteriores, nenhuma editora espírita aceitou publicá-lo.

Pode-se então perguntar - Por que voltar a esse assunto?

            A razão é muito simples. Lendo o livro “OS ADEPTOS DE ROUSTAING”, de autoria de Luciano dos Anjos, encontramos a informação de que viveu, no século dezesseis, entre 1524 e 1583, um médico suíço-alemão que se chamava Erasto, o qual, além de médico,  foi também filósofo, professor de Moral e teólogo. Inconformado com a situação vigente na época, combateu as idéias de Paracelso e repudiou o poder temporal da Igreja Católica.

            Segundo afirmação de Luciano dos Anjos, o Espírito desse Erasto, manifestando-se, pela mediunidade de Sarmento Brito, em 29 de abril de 1891, num grupo espírita fundado e dirigido por Bezerra de Menezes, na Estrada Velha da Tijuca, declarou: “ – Bem sabeis que o Cristo não tinha um corpo como vós...”, defendendo e pregando portanto a teoria do corpo fluídico de Jesus, defendida por Roustaing e seus adeptos.

            Só isto bastou para que o Sr. Luciano dos Anjos enquadrasse esse Espírito como um dos adeptos de Roustaing. E, para dar mais força ao seu pensamento citou, não somente  números da Revista Espírita como também as comunicações de Erasto que aparecem no “Evangelho segundo o Espiritismo”, no livro “O Céu e o Inferno” e no “Livro dos Médiuns” de Allan Kardec.

            Entretanto, nós, verdadeiros espíritas kardecistas, agindo como cientistas espíritas, temos que analisar bem os fatos e as pessoas.

            Quando Paulo, Apóstolo, em suas viagens de pregação da Boa Nova, passou por Éfeso, cidade da Grécia antiga, duas pessoas com o mesmo nome, Erasto, se reuniram à multidão que se aglomerou na praça para ouvir a palavra do grande missionário. E ficaram bastante convencidos e impressionados com o que ouviram. Um era da classe média, personagem importante em Corinto. Estava também de passagem por Éfeso, onde, por influência de Paulo, se converteu ao Cristianismo. Voltou então para Corinto, onde exercia o cargo de Tesoureiro e Procurador da Cidade (Prefeito). O outro era de classe humilde e simples, um homem do campo, como se costuma dizer. Foi esse que se juntou ao grupo que acompanhou Paulo em suas viagens, e, tal foi a demonstração que deu de lealdade, confiança e dedicação que mereceu do Apóstolo dos Gentios a missão de ir, com Timóteo, à Macedônia, a fim de anunciar ali a próxima chegada de Paulo, para prosseguir em suas pregações. (Ver Atos, XIX, 22).

            Foi Erasto, Tesoureiro e Procurador de Corinto, que muito colaborou com Paulo na evangelização da cidade. Tendo sido depois nomeado Bispo de Filipos, cidade próxima, aí sofreu o martírio, pelo que foi depois canonizado, ou seja, consagrado Santo no dia 26 de julho.

            É possível que, em encarnações posteriores, seu Espírito tenha continuado como sacerdote, a serviço da Igreja Católica. É possível mesmo que tenha reencarnado no séc. XVI, quando, além de médico, professor e filósofo, foi também um teólogo da Igreja, tendo aceito a teoria do corpo fluídico de Jesus. É possível!  Como é possível também que seu Espírito, ao manifestar-se em abril de 1891, tenha dito que o Cristo não teve um corpo de carne e osso como o de qualquer ser humano, e sim apenas um corpo fluídico, como admitiam os gnósticos de antigamente e admitem os roustainguistas de agora. Afinal a Doutrina da Igreja Católica, no que diz respeito à concepção de Jesus no ventre de uma Virgem por obra e graça do Espírito Santo, é igualzinha à Doutrina que aparece na “Revelação da Revelação”. Para o clero e para Roustaing, Jesus não era filho de seu legítimo pai, José, e sim de um Espírito Santo...

      Por isso mesmo era aceito e reverenciado como sendo a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

       Acredito, pois, que esse Espírito, que, em abril de 1891, manifestou-se no Centro Espírita do Dr. Bezerra de Menezes, era aquele mesmo que, convertido ao Cristianismo por influência de Paulo, passou a figurar entre os altos dignitários da Igreja como o “Bispo de Filipos”.

       Quanto ao outro Erasto, o que apresentamos a seguir nos dá o devido esclarecimento.