OS FALSOS PROFETAS DA ERRATICIDADE
Já que no mês de julho há um dia consagrado pela Igreja Católica a Santo Erasto, que, no início do Cristianismo, foi Bispo, e, em outras encarnações, deve ter continuado sacerdote católico, tendo, inclusive, -- quem sabe?! – reencarnado, no século passado, na pessoa do Santo Pontífice João Paulo II, fazemos questão de encerrar este nosso boletim, focalizando a figura do outro Erasto, que, no século I foi discípulo de Paulo, e, no séc. XIX, incorporado na equipe do Espírito de Verdade, foi Guia e Mentor de Allan Kardec.
Assim, em 1862, quando, em Bordéus, os Espíritos mistificadores, usando os nomes sagrados dos quatro Evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, apresentavam-se a Roustaing e a Mme. Collignon, como profetas da erraticidade, anunciando a vinda do “Regenerador”, ou seja, “Espírito encarregado de conduzir a humanidade ao grau de perfeição a que devia chegar” (“Os Quatro Evangelhos”, 5ª Edição – Lançamento da FEB, volume 3, pág. 65 – Tradução de Guillon Ribeiro), em Paris, o Espírito de Erasto manifestava-se, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, apontando os “falsos profetas da erraticidade”, ou seja, “Espíritas orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando-lhe de través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem. E, para melhor fascinarem aqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas teorias, se apropriam, sem escrúpulos, de nomes que só com muito respeito os homens pronunciam.
São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os grupos; que os impelem a isolarem-se uns dos outros, a olharem-se com prevenção. Isso, por si só, bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar o mais formal desmentido às suas pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste...”
E prossegue o luminoso Espírito de Erasto, Discípulo de Paulo e Guia Espiritual de Allan Kardec e de Severino Prestes Filho, meu querido e saudoso pai e mestre: “- Repeli, sem condescendência, todos esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação. São, quase sempre, Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados...”
E conclui o Espírito do “grande Erasto”, dizendo: “- É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro. Pode um médium ser fascinado, pode um grupo ser iludido; mas, a verificação severa a que procedam os outros grupos, a ciência adquirida, a elevada autoridade moral dos diretores de grupos, as comunicações que os principais médiuns venham a receber, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, rapidamente condenarão esses ditados mentirosos e astuciosos, que emanam de uma turba de Espíritos mistificadores ou maus”. (Fonte: “O Evangelho segundo o Espiritismo” de Allan Kardec, cap. XXI, nº 10, tradução nossa em cima do original)
NOSSO COMENTÁRIO
Foi isso justamente que meu querido e saudoso pai e mestre, Severino Prestes Filho, em conversa em família, sempre recomendou que os espíritas fizessem, quando, no futuro, e no momento oportuno, aparecerem suas MEMÓRIAS.