“O JESUS DOS ESPÍRITAS”
Este é o título de mais um livro do confrade José Carlos Leal, publicado pela Editora do CELD.
Confesso que não gostei dessa obra, porque é uma repetição de tudo que se contém nos Evangelhos sobre a vida de Jesus e que tem sido explorado por grandes e ilustres escritores. O próprio Codificador, tanto no “Livro dos Espíritos”, como no “Evangelho segundo o Espiritismo”, em “A Gênese” e em “Obras Póstumas”, nos mostra, claramente, como devemos encarar a figura grandiosa do Mestre nazareno. Deixou bem claro que ele não foi Deus ou semi-deus e sim um homem de carne e osso, como qualquer um de nós; não passou pela terra apenas no seu corpo fluídico, como disse Roustaing; e, por suas mensagens, por seus atos e por suas virtudes, deve servir para nós como um exemplo, modelo de perfeição, como diz “O Livro dos Espíritos” (Q. 625).
Pois bem, no cap. II, talvez para ficar bem com os roustainguistas febeanos que admitem que Maria continuou virgem mesmo depois de ter dado à luz seu filho primogênito, José Carlos Leal, fiel ao pensamento de André Luiz, admite que, na época de Jesus, a ciência já estava tão avançada que permitia a prática da inseminação artificial. É possível, portanto, que Maria possa ter sido inseminada artificialmente, ou seja, foi colocado dentro do seu ventre, um espermatozóide. Jesus é fruto dessa inseminação artificial, que José, seu marido, aceitou pacificamente, recusando a idéia de ter sido traído por sua esposa legítima.(cap. IV). Portanto, se, para os católicos e os roustainguistas, a concepção de Jesus foi obra do Espírito Santo, para José Carlos Leal foi fruto de uma inseminação artificial. Já o nascimento dos irmãos de Jesus não, tudo aconteceu “do modo comum e com o concurso de José”. Mas, ele faz questão de frisar que “se trata apenas de uma hipótese”.
Todavia, quem saiu ganhando com isto foram os roustainguistas da FEB, e não os verdadeiros espíritas, discípulos de Allan Kardec, para quem o nascimento de Jesus, homem, foi resultado de uma conjunção carnal entre Maria e José.